sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Natal: quanto mais luz melhor


Ainda era novembro quando começamos a nos deparar com a decoração natalina em supermercados e lojas e agora, às vésperas do Natal, estamos todos envolvidos por luzes por todos os lados.
É difícil imaginar o Natal sem luz. Existe até uma certa competitividade neste época. Qual é a casa mais iluminada? Qual é a maior árvore de Natal do Brasil? Onde será maior queima de fogos? A palavra Natal vem do latim 'natális' e significa nascer, ser posto no mundo. Natal é a comemoração do nascimento de Jesus, o Filho de Deus, que veio ao mundo trazer salvação, perdão e reconciliação do homem com Deus.
É verdade que durante a festa fala-se muito pouco à respeito disso. Aparentemente o personagem principal tornou-se o Papai Noel - referência a Nicolau Taumaturgo, o bispo que no século IV ajudava anonimamente os necessitados – e o foco voltou-se para presentes, comida e bebida.
 Muitas vezes a festança torna-se, na verdade, uma forma de nos esquecermos ou nos abstrairmos dos nossos problemas e dificuldades. É fato que as festividades de final de ano têm um gostinho amargo para muitas pessoas que estão sozinhas ou longe casa. Outros ainda se deparam nesta época com as imperfeições e crises das suas famílias. Alguns inclusive esperam que as festas acabem logo e o ritmo normal das coisas retornem por conta disso.
A boa notícia do Natal é que “a luz veio ao mundo”. Ela veio justamente por que precisamos dela. Precisamos de uma alegria verdadeira, que vai além de eventos festivos. Precisamos de esperança para as tristezas que abatem a nossa alma. Precisamos de verdade, no meio de tanta confusão e mentira. Precisamos de paz, amor, precisamos de vida. Esta é uma boa razão pra enfeitarmos mesmo nossas casas e nossa cidade. Natal é momento de celebrar a luz. A luz de Jesus! É hora de nos lembrarmos que Deus nos ama, que ele cuida de nós e que mandou seu Filho aqui para nos reconciliar com ele e nos mostrar o caminho de volta pra casa. Está escrito em João 8.12 “Jesus disse: Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida” Que a verdadeira luz ilumine o nosso Natal e todos os dias no Ano Novo.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Não Basta só se dedicar... Tem que amar!!!


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Nossa sociedade capitalista e imediatista tende a confundir muitas coisas. É informação demais para ser processada, analisada, respondida. Por exemplo, confundimos atenção e afeto com presentes: o pai dá o vídeo game de última geração para o filho, mas não senta no tapete para brincar com ele. O homem leva a esposa (noiva, namorada) a ótimos restaurantes, mas a cabeça está no trabalho, em reuniões importantes. No pacote, confundimos também o que devemos sentir por Deus e o que devemos fazer por Deus. Nosso amor e devoção são muitas vezes trocados por serviço e presença de má vontade. Na última conversa de Jesus com seu amigo Pedro (Pedro era humano demais: seguiu Jesus, serviu-o, aprendeu com ele, duvidou dele, interpretou-o mal, louvou, e negou!), a última pergunta de Jesus foi apenas: “Pedro, você me ama?”. Ele a repetiu três vezes. Só então continuou dizendo o que desejava que Pedro fizesse. Por que? Porque, o que ele mais queria era o seu amor. Expressar o amor a Deus começa com dar aquilo que ele mais deseja. Ou melhor, começa com dar-se ao Senhor. O que ele mais deseja da sua parte é VOCÊ – seu coração e devoção. Assim como Deus tem poder para nos conceder muitas dádivas (mas a melhor delas é ele mesmo), assim podemos lhe oferecer nossos recursos e serviços; no entanto, o presente que ele mais deseja somos nós. Agostinho disse que toda ética pode ser assim resumida: “Ame a Deus e faça o que tiver vontade”. Parece um aval a libertinagem, porém, é claro para ele que a alma que de fato ama a Deus desejará fazer o que Deus ama.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Pare de ir à igreja




Esse é o melhor conselho que posso te dar. Não acha? Calma. Deixe-me explicar! Não sou uma pessoa que acha que a vida cristã pode ser vivida solitariamente, que você não precisa se reunir com um grupo, etc. Penso exatamente o oposto disso.
“Não tem como ser cristão, sem haver comunhão. É preceito básico do cristianismo”.
Mas ainda assim eu insisto: PARE DE IR À IGREJA! Por que isso? Simples. Vejos tantas pessoas na rua, no comércio, na mídia, nas escolas, no trabalho e por aí vai, indo mesmo à igreja. Domingo após domingo, culto, celebração, reunião… Templos lotados! Novo meio social. Há quase uma comoção nacional: para estar na moda, tem que ser evangélico. Mas de que adiante irmos à igreja e não sermos Igreja? De que adianta cantar, rir, conversar, mas na essência não se saber a razão principal de tudo isso? O que dizer da vocação maior, da causa eterna pela quais os cristãos deveriam viver? Hâ? Quê? É isso mesmo. Nós só vamos às igrejas. Pessoas com interesse pessoal, encontrando na igreja um ídolo, um salvador funcional. Algo que vai ter efeito positivo na sua circunstância.
Os carentes querem se salvar da solidão. Aqueles em dificuldades financeiras querem sanar suas dívidas e obter toda a ilusão que é pregada nos púlpitos.  A crise no casamento precisa de solução. A Igreja é a Salvação. Salvador funcional. Algo que vai somente resolver seu problema mais imediato. Essa tem sido a relação de muitos.
Por isso meu convite a você é que possamos, juntos abandonar esse sentimento banal e, de fato, sermos Igreja verdadeira. Igreja que acolhe, que ama, que vive, que se preocupa, que zela, sim, mas sobretudo como manifestação Dele, não como fim em si mesma. Por isso, pare de ir, e seja Igreja!!! Viva a comunhão, seja ela onde for. Preocupe-se com quem está do seu lado, não só com seu umbigo.
Não adianta as pessoas inventarem modelos novos. A Igreja é pra ser vivida como uma Grande Família, onde as pessoas são respeitas e amadas como são. Se quisermos viver algo diferente disso, é melhor pararmos de ir à Igreja.
Forte Abraço,

INFIEL

Ninguém Planeja ser Infiel...


Mas acontece...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Algo sobre Você, O Mundo e A Cruz


Agora mesmo. Você está fazendo o que não deveria? Você está fugindo e deveria voltar? Você tem ódio? Tem uma série de sentimentos involuntários que não são exatamente a coisa mais linda que sua alma já produziu? Não devia, mas julgou? Não queria, mas falou? Não podia, mas estragou? Não sabia e perdeu? Não acredita, mas traiu? Não concorda, mas consentiu? Quer fazer o bem mas só consegue fazer o mal?

Pois bem.
Agora mesmo:

Enquanto você está sentado no centro dos seus erros e dos seus enganos e das suas faltas, existe uma constância te assistindo. Agora mesmo, enquanto todas as pessoas do universo têm uma palavra pra te falar mas nenhuma delas resolve alguma coisa, existe um silêncio mais presente que um milhão de livros de auto ajuda ou de canções bonitas. Agora mesmo, enquanto tudo nasce e morre e o mundo não respeita a sua dor porque o trabalho, a fome, a carência e a vaidade dos Homens são mais fortes do que tudo, existe uma outra força, que não precisa provar-se forte porque isso é coisa de fraco, segurando alguns alicerces para que o mundo não caia na sua cabeça. Agora mesmo, enquanto você cospe decepções e deixa escapar incompreensões e ninguém consegue entender o quanto isso é sério pra você, existe uma tensão positiva, que é Deus, ligado na tua dor e ao mesmo tempo ligado em virtudes que são exatamente o que falta no seu coração nesse exato momento. Agora mesmo, sem pressa, sem ultrapassar ou atrasar o momento que você está vivendo, agora mesmo, sem julgamento ou preconceito ou opinião ou desrespeito, um amor continua existindo, imóvel, permanente, contínuo, exposto, parado. Como se soubesse uma coisa que ninguém sabe. Como se não precisasse ir a lugar algum pra conhecer tudo o que você é. Dizem que isso é Deus. Uma força maior e mais absoluta que o oxigênio. Uma certeza simples de que tem algo além de nós.

Eu penso muito em Jesus na cruz. Não tanto na cena, mas no conteúdo espiritual do que isso representa na vida de uma pessoa. Tanto na pessoa de Deus, mais conhecido como Jesus, como em nós, pessoinhas confusas por ter muitas ou por não ter nenhuma causa. Gosto de pensar nisso da cruz porque acredito que as verdades mais absolutas estão resumidas nela. Em cada detalhe minúsculo de entrega e amor, porque a verdade resume-se à isso: amor e entrega. E também gosto de pensar nisso porque é um desafio pra toda alma vivente e inquieta, ter que se deparar com uma realidade tão absurda como a dele na cruz. Mas não tô falando da imagem manjada. Tô falando da atitude. Pensa nisso: Ele era o movimento entre as pessoas, o assunto nas ruas, as palavras simples em tempos de muitas questões e, ainda assim, ousou permitir-se morrer. Ousou não responder afrontas, ousou bastar-se e resumir-se à entrega. Jesus ofereceu-se para o que amava e ponto final. Nem perguntou se o amariam de volta. Não há nada tão poderoso quanto isso.

Eu e você vivemos num mundo que não pára, não ouve, não ama, não entende, não ajuda, não respira, não abraça, não espera, não respeita, não olha no olho, não é sincero. Já reparou como tudo é rápido e passa atropelando? Dias atrás uma das pessoas que eu mais amo sofreu uma perda irreparável. A palavra que resumiu o que eu sentia é curta e pesada: “dor”. O estranho é que enquanto ela sofria e eu partilhava dessa dor com ela, ela me disse que assistia um mundo indiferente à qualquer coisa que ela sentia. As pessoas do trabalho continuavam a ligar, os motoboys loucos continuavam costurando o trânsito, as rádios continuavam tocando música ruim, a poluição e a zona continuavam bombando porque o mundo não dá o menor sinal de respeito à nossa dor. O mundo não sabe lidar com a dor. A vida não erra, mas o mundo sempre borra, quebra, esbarra, trinca. O mundo sempre procura um jeito de estragar a delicadeza da vida.

Será que não é por isso que Jesus precisou ficar parado lá naquela cruz doída e doida? Será que não é por isso que essa cena chega a perturbar um pouco? Será que aquela exposição toda não significa alguma coisa? Será que o oba oba da ressurreição de domingo não seria mais sincero se nós parássemos alguns instantes pra entender o que aconteceu naquele sábado silencioso e morto?

A bíblia diz que as pessoas voltaram para casa. A bíblia diz que a coisa toda ficou muito estranha. E cada um de nós, se estivéssemos lá, não diríamos nada. Sentiríamos um grande vazio porque uma falta de Deus se espalhou pela Terra. Bom, a bíblia diz de uma forma simples e prática que o céu escureceu no meio do dia.

Então a cena é essa:
De um lado nós: pecadores meio perdidos, vivendo um dia escuro, procurando nosso próprio teto para esconder as vergonhas, as dúvidas e os medos. Pessoas boas tentando acertar, mas errando muito. Pessoas buscando por Deus, ou uma resposta, ou uma luz, mas o que rola é sempre essa sensação de que Deus está meio morto.

De outro lado, nós vemos Jesus. Um forte candidato a salvador, não fosse aquela cara cansada e aquele corpo fraco. Ele poderia ser a solução da sua vida, mas simplesmente ele não tem cara de solução, né? Ele poderia ser a sua escolha espiritual, mas ele simplesmente incomoda a sua visão com essa impotência, esses machucados, esse sangue e essa humanidade irritante que tudo ama, tudo aceita e nada interroga?

Veja, se você procura um Deus aparentemente limpinho, que entenda os teus erros e não os erros dos outros, que ame você com os seus defeitos, mas que não se relacione com pessoas que têm pecados “piores” do que os seus, então você não conhece Deus. Você conhece a lei dos Homens. Você pode estar procurando um pastor, um guru, um monge, uma reunião semanal, uma filosofia pronta, um livro, uma religião, um rito, e nesse caso, você não precisa muito de redenção. Talvez você precise só de distração e conteúdo intelectual.
Mas se você enxerga que ele foi incansável para aquela cruz, e a despeito de opiniões não estava nem aí para as aparências, então a verdadeira obra espiritual começou dentro de você, e a sua fé não é um slogan.

Jesus precisava frustrar a estética. Jesus precisava ficar feio. Jesus precisava sangrar, descabelar, trair os valores estipulados. Jesus precisava morrer de tanto amor, precisava ressuscitar de tanta saudade, mas por amor à nós, ainda que nós nunca entendamos isso, ele precisava ficar parado naquela cruz, ser a imagem que incomoda os apressados. Ser a figura que não desce na cruz, para todos aqueles que não conseguem não descer da cruz. Ele precisava ser a dor da entrega, para que os que nunca se abrem possam ter um exemplo de como é, e quem sabe, abrirem os braços para alguém. Jesus precisava passar um dia sem dizer nada, sem curar um cego, sem ter cara de Deus, porque nós precisamos de uma pista de que o espiritual e o humano podem andar juntos.

Então o texto termina com algumas perguntas: será que Jesus quieto não é exatamente a melhor forma que Deus encontrou pra nos dizer que enquanto todo mundo passa por cima das nossas dores, existe um que espera e nos assiste? Será que o sangue, o corte e o prego não servem para que você encontre um caminho para Deus todas as vezes que alguém pisar no seu calo, cortar seu coração e furar os planos que você tinha na palma das tuas mãos? Será que ele lá pendurado não é ele dizendo que é o único que entende esse seu cansaço, esse stress que doi até na pele? Será que a cruz não precisa ser reaproveitada conceitualmente ao invés de ser usada como um logotipo cafona da fé cristã?

Ele na cruz não é referência ao passado. É a pista de como seria mais fácil dali pra frente. A cruz que eu tô falando não deveria ser interpretada como a escultura pregada nas paredes, porque esculturas juntam pó, mas as nossas questões são todas frescas. As dores e perdas estão todas quentes, a vida está acontecendo nesse exato momento, e se o mundo não respeita isso, você precisa entender que existe um Deus que sabe dar exemplos claros, fáceis e lindos, de que ele sabe esperar e melhor ainda: ele já sentiu a sua dor.

Se a sua dor de hoje precisa de um tempo pra sarar, então ele espera. E se os seus sustos precisam de companhia, então ele não vai ousar descer da cruz, não vai te abandonar. E se o mundo foi bem nojento com você e cuspiu na sua cara e te traiu e te feriu, ele é o único capaz de entender isso plenamente. Ele também foi. Ele também já ficou imóvel diante do medo. Ele já se sentiu preso. Ele já se sentiu imóvel. Mas o segredo de tudo isso, é que ele fez isso porque ele quis. Ele não precisava conhecer a tua dor na profundidade, mas ele quis conhecer. Então quando você precisar de um exemplo ou parâmetro pra sua vida, olhe para a cruz. Não para as esculturas, para a cruz. Não para a coisa carregada, que mete medo, não. A cruz! O significado verdadeiro dela, não é visível, não está nas tatuagens nem nos colarzinhos, nem mesmo nesse texto, porque ela é mais do que isso. Ela é complexa e ao mesmo tempo fácil. Como o amor, como nós.

Agora mesmo, você tá afim de mudança? Deus está esperando. E agora mesmo, apesar de todos os seus erros e toda escuridão e todo mundo voltando pra casa, e apesar de você saber que amanhã a vida ressucita e a alegria volta, mas se hoje você precisar de um Deus ao seu lado, entendendo a sua dor por exeperiência própria e não por discursos religiosos, então olhe para a cruz de novo, demore-se lá até entender que, se for importante para a sua dor, ele vai ficar ali, bem parado, sentindo o mesmo que você. Podendo não ficar, mas amando cada segundo que é estar do seu lado. Hoje, Deus não vai a lugar algum. E essa é a verdadeira tradução do que é sentir a presença dele enquanto você chora.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Perfume de mulher


De repente entra na sala uma mulher de reputação pra lá de duvidosa e caminha segura na direção de Jesus. Não faz cerimônia, ajoelha-se atrás dele e lava-lhe os pés com lágrimas. Usa os cabelos como toalha, e derrama sobre os pés secos o perfume que enche a casa de um cheiro que não pertencia à aquele lugar. Jesus não se faz de rogado: entrega os pés aos beijos da mulher.
Os estreitos de plantão não perdem tempo. Criticam o desperdício de perfume, sugerindo que poderia ser transformado em pão para os pobres, e fazem questão de anunciar em alto e bom som que se trata de uma mulher de péssima reputação, pecadora, disseram. Por trás das palavras a respeito da mulher está uma implícita condenação a Jesus: se fosse profeta saberia que a mulher não presta; se fosse sério não se deixaria tocar daquele jeito; se fosse dos nossos condenaria a mulher de vida fácil.
Mas Jesus é diferente. Não é dos nossos. Jesus aceita o perfume das prostitutas. Já consigo ouvir a observação dos santos de hoje: é verdade, mas a mulher abandonou aquela vida… Sei não. Tudo quanto Jesus lhe diz é “seus pecados estão perdoados”, pois a demonstração de amor estava proporcional ao alívio da culpa: a quem muito é perdoado, muito ama. E Jesus se despede da mulher: “Sua fé a salvou, vá em paz”.
Via de regra os beatos não aceitam o perfume das pecadoras. E quando aceitam querem se certificar de que já mudaram de vida ou pretendem mudar. Essa é a face mais sombria do cristianismo institucionalizado: impor sua moral, enclausurar o amor de Deus e a graça do Cristo. Será o caso de “deixarmos” que a graça faça seu caminho dentro das pessoas, e as pessoas façam seu caminho por dentro da graça? Será que conseguimos acreditar que Deus trata com os pecadores, e o faz aceitando seu perfume? Ou preferimos controlar os pecadores, exigindo que se enquadrem em nossas estreitas molduras morais, em vez de lhes dar espaço para a transformação de dentro para fora?
Onde foi que esconderam o Deus que aceita o perfume das prostitutas?

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Dá pra transformar a igreja em algo mais orgânico?




A pós-modernidade é mágica! Uma época fantástica, em que existe grande abertura para Jesus e até mesmo para seus ensinos de contracultura!
Porém, desconfio que algumas práticas minhas e de tantas outras pessoas, tornam-se armadilhas que logo ali na frente podem atrapalhar Jesus e seus ensinos. Eu porém prefiro ficar muito atento a isso…
Jesus veio libertar as pessoas da religião organizada de sua época, quando os líderes religiosos se tinham prendido ao legalismo, ao poder, ao controle e a outras armadilhas da  religião.
Não podemos reconstruir tudo o que Jesus veio e destruiu. Pode parecer piegas, mas Jesus veio para dizer que a coisa toda não envolve religião, e sim RELACIONAMENTO.
E não se trata apenas de relacionamento de um individuo com Deus. Trata-se também do relacionamento com uma comunidade de fé. Quando entramos na Igreja (com “I”, da qual todos que um dia comprometeram-se com o Senhor fazem parte), submergimos num maravilhoso e desorganizado relacionamento comunal com Deus.
Sim! Precisamos de organização em nossas igrejas, como qualquer família precisa. Mas não o tipo de organização que asfixia a Igreja, promove o legalismo e transforma a família em corporação.
Resumindo: dá pra ser mais orgânico, uma comunidade organizada com uma compaixão para servir às pessoas.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Nos Falta Coragem



Muitas pessoas pensam que os cristãos são aqueles que seguem algum padrão moral rigoroso. De fato, muitos "evangélicos" parecem ter o que dizer apenas quando o assunto envolve sexualidade, bebida alcoolica ou drogas, (são contra, claro!).

Poucos se arriscam pensar por conta própria. Facilmente caímos na tentação de apenas repetir os chavões de algum líder mais eloquente. Nos tornamos, assim, um povo legalista e sem proposta. Se tirarmos essa ‘meia dúzia’ de assuntos polêmicos acabaremos sem nenhum cavalo de batalha para legitimar a nossa existência.

Política só entrou no debate cristão esse ano por causa da ameaça envolvendo ‘a moral e os bons costumes’ (quase tudo relacionado à sexualidade). Quando, na verdade, não precisamos fazer dessas coisas uma discussão religiosa. Promiscuidade, encher a cara, fumar, usar outros tipos de drogas é mais burrice do que uma questão de fé. Não precisa ser cristão para perceber o que prejudica a si mesmo, o que faz mal à saúde, o que é expressão de carência afetiva, basta um mínimo de inteligência (Gálatas 6. 7).

Quem acredita que ser cristão é estar numa eterna luta entre os ‘do contra’ e os ‘a favor’ ainda não compreendeu nada. E, quem acha que o Evangelho (boa nova) é sair da casa do pai (Lucas 15. 11) para se esbaldar à revelia, entendeu menos ainda.

Um dos grandes problemas dos cristãos é que ainda não compreendemos bem a centralidade do Evangelho. Ignoramos o que significou a vinda, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Assim, vivemos com uma idéia vaga do que acreditamos ser o reino de Deus. Muitos se cansam de esperar e ‘chutam o balde’. Quando na verdade, o que menos deveriam fazer é esperar. O problema é que o que nos falta nem é fé, compromisso, devoção, etc… Falta coragem.

Falta ousadia para assumirmos de fato o Evangelho. Assim, seguimos em nossas leituras seletivas da Bíblia. Colhemos aquilo que nos convém. Nos omitimos de um estudo sistemático mais sério e profundo. Na verdade, queremos o light, o consumismo burguês, as benesses da mesa do rei (Daniel 1. 5-8), chafurdar na lavagem dos porcos… Esquecemos aquela ilustração básica da folha seca (que o vento leva para onde quer) ou do peixe morto (que se deixa levar pela correnteza). Sem coragem para assumir o Evangelho ou deixar de vez a religião vinculada, criamos a nossa própria versão self service.

É claro! Sim, o pai deixou partir o filho mais moço (Lucas 15. 12). Nenhuma religião deveria conduzir seus fiéis pelo cabresto (mesmo que muitos fiéis assim o queiram!). O objetivo dos dons e do serviço cristão é, entre outras coisas, “que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro” (Efésios 4. 13, 14).

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O Pecado Nosso de Cada Dia



Que fique claro: se pecado fosse ruim, ninguém pecava!

Se pecamos, é porque gostamos do pecado… Nos dá prazer, nos faz bem.

Pecado ruim ninguém quer. Será que existe pecado ruim?

Queremos só o pecado bom, gostoso, prazeroso, delicioso e, se possível, escondido.

Pecado que é bom é o pecado que gostamos…

Não basta uma boa refeição, é necessário encher o prato e repetir… Ah! Repetir… Que delícia a gula. Um dos pecados mais aceitos pela sociedade. Acham até bonito! Pecado que já foi de rico, mas hoje é pecado de pobre, pois estes agora podem ter a mesa farta, que não tinham, e se esbaldam com as novas possibilidades culinárias. Rico já não peca o pecado da gula, pois é mais chique ficar esbelto.

Esbelto? Magro? Elegante? Ah! O pecado da vaidade… Este é também um pecado muito bem aceito. Que delícia ser bonita e chamar a atenção! É feio não ser uma pessoa vaidosa. Temos que estar belos, pois, afinal, o mundo trata melhor quem se veste bem e quem é mais bonito é mais votado. Um luxo ser magro, pois nos deixa mais perto e aptos para a luxúria, que é uma delícia! A luxúria é o desejo passional e egoísta por todo o prazer sensual e material: “deixar-se dominar pelas paixões”. Só não gosta de sensualidade, por raiva, os que não o são. Quem quer ser feio, careca, baixinho, barrigudo e, portanto, sem qualquer “sex appeal” que levante a mão! Ninguém? Vamos tentar de novo: Quem quer ser gorda, com cabelo mal cuidado, sem cintura, peitos caídos, bunda reta, dentes tortos e olhos esbugalhados, que dê um passinho à frente! Ninguém novamente? Caramba… A galera quer mesmo é ser bonita, né?! Feiúra e luxúria não combinam nada.

Aliás, por falar em corpo lindo, você viu a nova vizinha gostosa? Hum… Que inveja! Aliás, que inveja do carro deles também, tem 168 cavalos. Precisa mesmo de tantos cavalos para poder carregar aquela protanca. Que inveja! “Penso ser Deus injusto, em dar tanto atributo físico para outras mulheres e dar tão pouco pra mim, que raiva de Deus que eu chamo de inveja! Isto me leva à ira”. Fico irado ao ver o sucesso profissional e a estabilidade empregatícia do meu vizinho que fez escolhas melhores que as minhas. Isto me causa ira, mas não me importo, pois até gosto de sentir esta raivazinha dele, pois assim, exorcizo minha frustração. Ira deliciosa!

Se fosse ruim, ninguém pecava. Nós gostamos da preguiça! Temos prazer em acumular, enquanto outros nada têm e nos orgulhamos de nossa avareza.

Falar que não se gosta do pecado é hipocrisia. Mas o que Cristo nos ensina é que aquilo que tanto gostamos, o pecado, faz mal a nós mesmos, pois todo pecado tem uma consequência. Mais que o pecado, o problema são as consequências deste: Obesidade, enfermidades, divórcios, mortes, prisão, fomes, injustiças sociais, divisões, facções, guerras… O pecado não faz mal a Deus, faz mal a nós mesmos. A maioria dos problemas que enfrentamos é consequência do pecado e do erro. Assim, o pecado faz mal não apenas a nós mesmos, mas, sobretudo, a quem está do nosso lado, e como devemos amar quem está do nosso lado, devemos levar um estilo de vida tal que devemos tentar diminuir a frequência e intensidade destas atitudes e sentimentos que tanto gostamos e que, por vezes, alimentamos: o pecado.

Paradoxalmente nós evitamos pecar não é para ir pro céu nem agradar a Deus, posto a salvação já termos em Cristo Jesus e a Deus jamais conseguiremos agradar com nossa justiça que é injusta. Evitamos pecar por amor a nós mesmos. Peixe morre pela boca!

Só não vale fingir que não gostamos deles. A melhor atitude é assumir-se pecador. Assumir-se como um ser humano normal, que tem prazer nas coisas que dão prazer à alma, sem fingir que não gosta do que dá prazer: Assumir-se pecador não é pecado, é nobre. Paradoxalmente, assumir-se sem pecado, além de mentiroso, é arrogante, medíocre e doentio, posto ser natural gostar do que é bom.

Graças a Deus que nos perdoa gratuitamente dos nossos pecados e nos livra deles por Graça. Busque pecar menos a cada dia, mas saiba: você irá ganhar e perder nesta batalha travada em sua mente.

Não viva dentro da hipocrisia dos religiosos, mas aceite-se como é, sabendo que Deus é quem nos perdoa e nos ajuda a continuar caminhando, mesmo sabendo que jamais seremos o que deveríamos ser.

Se você se chama pecado, Deus se chama perdão! Aceite o perdão e viva em paz!