domingo, 21 de março de 2010

Se não houvessem dias Maus....


Talvez não existissem lágrimas, e não regaríamos com elas as nossas esperanças de dias melhores.

Talvez a dor não existisse ou fosse irrelevante diante das alegrias dos eternos bons momentos de uma vida perfeita.

Não haveriam perdedores, esquecidos, pobres, desesperançosos, rejeitados, mal-amados, miseráveis ou esfomeados. Tudo seria paz e "guerra" não passaria de uma palavra obsoleta e sem significado algum.

Se não houvessem dias maus, o bom ânimo seria desnecessário, pois todo obstáculo já estaria vencido, antes mesmo de existir.

Talvez não haveriam crianças sujas e famintas esparramadas pelas ruas, que por sua vez não teriam engarrafamentos, pedintes, acidentes ou buracos no asfalto quente.

Se não houvessem dias maus, a fé seria inútil; o amor, banal; a esperança, desnecessária; e o valor do pensamento seria zero.

A graça de viver os maus dias é esperar pelo próximo sol. Deixar rolar a lágrima que contém o imperceptível grão da fé necessária para prosseguir.

Se temos que passar por aflições, façamos isto com bom ânimo (João 16:33), pois se não houvessem dias maus, nenhuma alegria teria sabor, e nenhuma vitória seria festejada; a tristeza não existiria e nossa esperança de um dia ter dos olhos toda lágrima exugada sequer existiria.

"Muito obrigado pelos dias maus."