segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A RESPEITO DE COISAS QUE EU NÃO POSSO DEIXAR DE SABER



Você sabia que foi apenas no ano 190 d.C. que a palavra grega ekklesia, que traduzimos como igreja, foi pela primeira vez utilizada para se referir a um lugar de reuniões dos cristãos? Sabia também que esse lugar de reuniões era uma casa, e não um templo, já que os templos cristãos surgiram apenas no século IV, após a conversão de Constantino? Você sabia que os cristãos não chamavam seus lugares de reuniões de templos até pelo menos o século V? Você sabia que o primeiro templo cristão começou a ser construído por Constantino, sob influência de sua mãe Helena, em 327 d.C., às custas de recursos públicos, e sua arquitetura seguia o modelo das basílicas, as sedes governamentais da Grécia e, posteriormente, de Roma, e dos templos pagãos da Síria? Você sabia que as basílicas cristãs foram construídas com uma plataforma elevada acima do nível da congregação e que no centro da plataforma figurava o altar, e à sua frente a cadeira do Bispo, que era chamada de cátedra? Você sabia que o termo ex cathedra significa “desde o trono”, numa alusão ao trono do juiz romano, e, por conseguinte, era o lugar mais privilegiado e honroso do templo? Você sabia que o Bispo pregava sentado, ex cathedra, numa posição em que o sol resplandecia em sua face enquanto ele falava à congregação, pois Constantino, mesmo após a sua conversão ao Cristianismo, jamais deixou de ser um adorador do deus sol? Você sabia que o atual modelo hierárquico do Cristianismo, que distingue clero e laicato, teve origem e ou foi profundamente afetado pela arquitetura original dos templos do período Constantino?

Você sabia que Jesus não fundou o Cristianismo, e que o que chamamos hoje de Cristianismo é uma construção religiosa humana, feita pelos seguidores de Jesus ao longo de mais de dois mil anos de história? Você sabia que o que chamamos hoje de Cristianismo está profundamente afetado por pelo menos três grandes eras: a era de Constantino, a era da Reforma Protestante e a era dos Avivamentos na Inglaterra e nos Estados Unidos? Você sabia que é praticamente impossível saber a distância que existe entre o que Jesus tinha em mente quando declarou que edificaria a sua ekklesia e o que temos hoje como Cristianismo Católico Romano, Protestante, Ortodoxo, Pentecostal, Neopentecostal e Pseudopentecostal?

Você sabia que os primeiros cristãos se preocuparam em relatar as intenções originais de Jesus com vistas a estender seu movimento até os confins da terra? Você sabia que este relato está registrado no Novo Testamento, mais precisamente nos Evangelhos e no livro de Atos dos Apóstolos? Você sabia que o terceiro evangelho, Evangelho Segundo Lucas, e o livro dos Atos deveriam formar no princípio uma só obra, que hoje chamaríamos de “História das origens cristãs”? Você sabia que os livros foram separados quando os cristãos desejaram possuir os quatro evangelhos num mesmo códice, e que isso aconteceu por volta de 150 d.C.? Você sabia que o título “Atos dos Apóstolos” surgiu nessa época, segundo costume da literatura helenística, que já possuía entre outros os “Atos de Anibal” e os “Atos de Alexandre”?

Nesse emaranhado de coisas que eu não sabia, três coisas eu sei. A primeira é que a crítica que o mundo secular faz ao Cristianismo institucional tem sérios fundamentos, ou como disse Tony Campolo: “Os inimigos estão parcialmente certos”. A segunda coisa que sei é que nesta Babel que vem se tornando o movimento evangélico brasileiro, está cada vez mais difícil identificar a essência do Evangelho de Jesus Cristo, nosso Senhor. A terceira coisa que sei é que vale a pena perguntar aos primeiros cristãos o que eles entenderam a respeito de Jesus, sua mensagem, sua proposta de vida e suas intenções originais. Vale a pena voltar à Bíblia. Não há outra fonte segura de informação e formação espiritual, senão a Bíblia Sagrada, especialmente o Novo Testamento.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Sob Nova Direção



Nesse último fim de semana fui com minha família para a praia, então vi uma lanchonete com uma faixa escrita "SOB NOVA DIREÇÃO"...É claro que não quero falar da lanchonete...mas isso me chamou atenção para minha propria vida.

Fazem 6 anos que me desliguei de uma instituição, onde fiquei por longos dez anos, muito tempo...sendo formado, discipulado e dirigido por um evangelho totalmente desviado das verdades do evangelho de Cristo.
E o incrivel é que acostumamos, porque o ser humano, e isto está provado cientificamente, é capaz de se acostumar com as coisas mais terriveis e sobrehumanas, que se tem noticia.
E eu me acostumei, em ser guiado e dirigido, por coisas terriveis, e o pior é que arrastei toda minha casa junto comigo.

Hoje lembro-me, por exemplo em criar campanhas (forma de coletar dinheiro na igreja), era uma loucura, até minha esposa com um bebe ainda de colo, me ajudava com essas campanhas, porque conforme aprendia: Isto era obra do Senhor...

E aí eu pergunto que "direção" era esta?

Me lembro também, em fazer votos (forma de coletar dinheiro dentro da instituição), votos esses que eram grotescos, porque muitas vezes até passei e fiz minha familia passar por necessidades, porque conforme aprendia: Isto era obra do Senhor...

E ai outra vez, pergunto que "direção" era esta?

Me lembro também, dos dias de cultos, eram reuniões todos os dias da semana, alguns dias haviam até três reuniões, passava mais horas e dias na instituição, do que com a minha esposa e filhos, não tinha tempo para familia, amigos, diversão, cultura, porque conforme aprendia: Isto era obra do Senhor...

E ai outra vez, pergunto que "direção" era esta?

E hoje posso responder com toda certeza, esta era a "direção", de quem sabe manipular, isto é sim a vampirização do evangelho, isto é direção de quem quer pra si e não pro reino de Deus, gente que quer ter controle total sobre as pessoas.
Hoje consigo enxergar com toda clareza, e vejo como fui mal dirigido...
Alias como me deixei ser dirigido por tais pessoas...

Hoje graças a Deus, estou com uma placa enorme na minha vida que diz "SOB NOVA DIREÇÃO"...agora não mais de homens ou instituições, agora somente sendo dirigido pelo evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

E garanto, como isso é bom...tirou um peso, um fardo, hoje a vida é mais leve, hoje posso refletir do que realmente significa o Evangelho de Jesus.
Hoje vivo o total desapego do ter, para simplesmente ser...ser pai, marido, filho, irmão, amigo, ser gente...e como é bom isso...

Vejo tantas pessoas ainda neste martirio religioso, tantas pessoas que se deixaram e se deixam ser dirigidas por instituições e lideres fraudulentos, que a única coisa que me resta a fazer, é pedir ao Senhor da seara, ajude eles, dê luz a eles...
E quem sabe um dia, assim como eu, todos esses vão pendurar uma placa bem grande na vida deles "SOB NOVA DIREÇÃO".

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Fé Mediante ao Amor



Uma das afirmações mais fortes e realistas de Jesus acerca do sucesso do Evangelho na Terra, digo “sucesso” mensurável por categorias visíveis, foi a sua pergunta “Quando vier o Filho do Homem, porventura encontrará fé na Terra?”

Ele manda que se pregue no mundo todo, a todas as nações, e que se dê testemunho do Seu amor pelos homens, enquanto no ato do viver/pregar, dizia Ele, os que fossem Seus mensageiros e discípulos, amar-se-iam uns aos outros, pois, somente assim o mundo creria...

Ao mesmo tempo Ele declara que quando o Filho do Homem voltasse... fé seria uma raridade no chão do planeta.

Ele manda pregar ao mundo, mas diz: “Se o mundo me odiou, odiará também a vocês”.

Ele ordena que se dê testemunho a todas as nações, mas não disse que as nações se converteriam...

Todavia, quando disse que somente o amor entre os discípulos é que seria o poder comprovador da eficácia do Evangelho, e, assim, seria o único poder com a força necessária para, como testemunho, curvar o mundo ante as evidencias de Seu poder manifesto como cura humana, pelo amor, entre os Seus discípulos... —, também disse que quando o Filho do Homem voltasse não encontraria fé na Terra.

Ora, com isto Ele dizia que se os discípulos se amassem o mundo teria uma chance; mas se não se amassem, nem o mundo, e menos ainda os discípulos, teriam qualquer chance; pois, para Jesus, Igreja sem amor não existe; é sino tocando como latão de má qualidade; é como blasfêmia cantada com cara contrita; é como homem e mulher fingindo que estão tendo prazer; é como o que tivemos: o Cristianismo com cara de poder romano ou terreno..., mas sem nada de Jesus.

Ora, Jesus sabia que assim ninguém creria..., pois, Ele mesmo não creria...

E se Jesus não crê em algo, quem mais genuinamente poderá dizer que sua fé naquela coisa seja real?

Jesus somente se convence ante a fé que atua pelo amor!

Ora, o que não for assim não convencerá a Ele; e como é Ele, pelo Seu Espírito, quem convence o mundo, tal anuncio do “evangelho” no qual Jesus não creia [posto que ainda que “certo” não seja fruto do amor], não convencendo primeiro a Ele, não convencerá ao mundo; pois, não tendo o testemunho Dele, não terá poder sobre o mundo.

Por isto somente me interessa pregar aquilo no que Jesus creia.

Creia em mim..., a partir da coerência da mensagem com o desejo sincero da vida em amor e em perdão para com todos, indiscriminadamente; e não somente isto, mas capaz de manifestar amor simples por todos os homens.

No entanto, esses serão sempre um pequenino rebanho... Pois, os discípulos não se amaram e não se amam, não crêem que sem amor nada aproveita, e insistem em pregar aquilo no que Jesus não crê..., que é um evangelho sem amor e misericórdia.

Por isto, o afã da “igreja” de pregar sem amar, é sua própria condenação, pois, pela falta de amor, a pregação se torna apenas uma barulheira dos infernos...

Assim é a profundidade do realismo de Jesus acerca do “sucesso” da Sua mensagem entregue à Igreja que virou “igreja”.

Enquanto isto, o "Legião Urbana" parece saber disso melhor do que a "igreja":



Nele, quem não levou susto com nada do que fizemos.