domingo, 22 de março de 2009

Criação por Evolução e por Redenção



Comemoram-se os duzentos anos de Charles Darwin e de sua Teoria da Evolução das Espécies. Até ele, a criação era vista como algo fixo, sem mudança desde o 6º Dia da Criação.
Em momento algum, todavia, a Bíblia diz que o Pai já não cria e nem trabalha...
Ao contrário, Jesus disse: “Meu Pai trabalha até agora...”
Os cristãos querem um Deus que intervenha na vida, mas não querem um Deus que continue criando...
Sim! Querem um Deus de milagres para o homem, de criações novas para o homem; mas que não seja milagroso na criação.
E mais: fazem diferença entre Jesus curando e criando um olho em um cego de nascença e Jesus criando um órgão em um peixe no fundo do mar...
Assim, se são informados que animais estão ainda mudando e evoluindo, ganhando novos membros ou órgãos de adequação à vida, acham que isto seja blasfêmia.
Deus criou em Dias Eras de tempo e de não tempo.
Cada dia do Dia de Deus é feito de bilhões de anos humanos?... Por que não? Quem declarou tal impedimento?
Deus não sofre o tempo; posto que o tempo exista Nele.
Entretanto, se crê que o Deus dos crentes, o Criador, não tinha nada a fazer antes do homem.
Assim, agora, depois do homem, somente o homem interessa a Deus, pensam eles.
Deus, no entanto, assim como redime desde antes da fundação do mundo, também cria desde sempre; e assim como nunca deixou de redimir, também nunca deixou de criar.
O Gênesis diz Quem criou.
A ciência tenta dizer como foi criado.
Uma coisa é o Autor. Outra a Obra.
A fé lida com o Autor. A ciência lida com as Obras.
Qual é o problema?
Até no quintal de minha casa vejo as coisas mudando, se adaptando...
O Salmo 104 nos diz que tais Obras de Renovação da Natureza é trabalho do Espírito Santo, o qual, sendo enviado sobre a Terra, renova toda a criação... sempre.
Mas a pressa e a presunção do homem querem dizer quanto tempo Deus tem que ter levado para criar...
E mais:

A Bíblia não quer dizer como Deus criou. Apenas nos diz que Ele falou e assim se fez.
O Deus de Jesus criou, cria e continuará criando!...
Ora, o que é que existe entre o Gênesis e o Apocalipse senão Evolução?
Sim! O que existe entre o Jardim e a Cidade Santa senão evolução?
Evolução como evolução é; ou seja: cheia de “catástrofes”.
Entretanto, eu pergunto: E qual é o problema?
Darwin não é meu inimigo.
Celebro sua ousadia e fé.
Todavia, lamento que os crentes tenham endiabrado o homem, exceto os crentes ingleses, os quais, pela via de gente boa de Deus como C.S. Lewis e outros, logo entenderam que ali não havia conflito entre a Bíblia e a ciência.
Na América, porém, Darwin virou o diabo!
Ora, Darwin nunca esteve em briga com Deus. Apenas, como um homem de ciência, desejava entender a criação.
Mas a insegurança dos crentes, que tenta fazer da Bíblia um manual de “Ciências”, comete o crime de tornar anátema aquilo que não entende e nem tem cabeça isenta para refletir em paz a fim de compreender.
Ao fim da vida, tendo sido visto lendo a Bíblia por um crente que trabalhava no jardim onde estava meditando, Darwin ouviu o homem perguntar como ele lia a Bíblia se não cria nem na Bíblia e nem em Deus. Darwin assustou-se e disse: “Ah! Não! Eu creio tanto em Deus quanto na Bíblia. O que eu digo é uma teoria de como Deus criou, mas não uma negação de que Ele tenha criado”.
Muito assustará os crentes quando e se virem, no Reino de Deus, Charles Darwin, Einstein, Newton, Copérnico, entre outros... — enquanto muitos bispos estarão de fora...
Enquanto isto... o obscurantismo perdura.
Já imaginou se Deus está interessado na briga entre criacionistas e evolucionistas?
Ah, meus amigos, sem medo eu lhes digo que Ele não está.
Assisto documentários sobre a Evolução das Espécies e me deleito no amor de Deus!
Todavia, para mim, não há diferença se os 6 dias foram dias pequenos, mínimos de tempo ou se foram bilhões de dias e anos...

Entretanto, e se um Dia se tornasse um Dia apenas quando cada processo estivesse parcialmente concluído a fim de iniciar um outro...Dia?
Qual o problema?
Você está com pressa?
Não estou pedindo a sua opinião.
Apenas expresso a minha.
Afinal, quem pensa que cheguei aqui sem milhões de horas de oração e reflexão?
Nele, que trabalha até agora e continua criando sempre, ainda que não vejamos.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Quem é você, Senhor?

                                             "Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?"

Senhor, Pedro disse que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Mas e eu, quem digo que você é? Sinceramente, Senhor, ultimamente não tenho tido certeza de quem é você...

Sua identidade para o Cristianismo está mais que definida... está dogmatizada. Documentada! Mas para mim ainda permanece obscura... misteriosa!

És, Senhor, a razão de muitas mortes, disso eu sei. És também o motivo de muitas guerras santas. És desculpa para cruzadas e campanhas genocidas. Disso também sei... aliás, todo o mundo sabe disso. Mas quem é você, Senhor?

Sei também que é você quem divide famílias. Seu silêncio em muitas questões também é motivo para muitas brigas. Seu Livro, Senhor, também é uma poderosa arma... talvez não seja sem motivo que a chamam de Espada do Espírito. Sobre suas páginas derrama-se muito sangue...

Perdoe minha confusão, Senhor. Mas tenho tido dificuldade em lhe reconhecer. É o Senhor nos púlpitos? É o Senhor quem está berrando e vociferando discursos insanos e preconceituosos diante das pessoas nas igrejas? Sei que você é o Cabeça do corpo... se não é o Senhor quem está coordenando esses shows repletos de milagres e delírios, ao menos está ciente do que estão aprontando? Não sei se sabe, mas, seu nome está estampado em várias campanhas de fé as vezes até engraçadas. Seu nome corre na boca de cada figura... tem uns tais de ministérios para tudo quanto é coisa. Sei lá, para mim não passam de artistas mimados como quaisquer outros. Só que danam de achar que são profetas, levitas e vozes proféticas na igreja. Mas, tipo... as músicas são irrelevantes, sem coerência... ou as vezes são caricaturas bíblicas. Sério, Senhor... não estou brincando! Talvez você esteja um pouco ocupado acertando os últimos detalhes para o apocalipse. Mas, o fato é que hoje em dia é difícil distingui-lo por aí, sabe?! Ah, claro... lembro de ler a respeito. Muitos vão fingir ser o Senhor ou fingir ser do Senhor... estamos avisados. Certo?!

Só que tem uma coisinha que tá pegando... não sei bem ao certo se nos apresentaram você devidamente, entende?! Acho que as pessoas nem chegam a te conhecer de verdade. E depois se deparam com tantos "Cristos" por aí que fica difícil saber quem é quem. Daí, por exemplo comigo, vou nos Evangelhos e vejo outro cara totalmente diferente do que me mostraram. Saca?! Minha cabeça dá um nó... será que meu Cristo é diferente?! Te sirvo há "mó tempão"... é até hilário eu estar aqui perguntando isso, mas...

Quem é você, Senhor? Aliás, qual deles...

quarta-feira, 4 de março de 2009

TEM QUE SENTIR



Falar sobre sentimentos é complicado, porque na maioria das vezes ninguém consegue entendê-los a não ser quem os sente. Por mais que você narre um momento, destaque os detalhes e faça isso com destreza, não conseguirá expressar exatamente o que você sentiu naquele instante. É essa a magia, é na simplicidade da compreensão singular que encontramos o encanto.

Sabemos que a vida - e falo de sua parte boa - se faz de pequenas coisas inexplicáveis. Pequenas, sim. Aquelas coisas que quase sempre são imperceptíveis ao olhar alheio mas que passam a te habitar e não importa quanto tempo fique para trás, você ainda poderá sentir um toque, um cheiro, um gosto. Você não consegue explicar, mas sente. E se sente, explicar para quê?!
Então basta um segundo antes de um beijo ou de uma carícia, para que o momento se eternize. Você irá beijar outras vezes, acariciar e ser acariciado, mas nada sequer chegará perto de se tornar tão marcante quanto aquele segundo antes do ato. Aquele mero segundo que precedeu horas se torna um marco. E você se lembrará sempre dele, por dias, por anos, por uma vida. Talvez por mais de uma.
A única coisa capaz de levar à compreensão é a intimidade. Você não precisa nada dizer, gesticular ou insinuar, você se faz entender. Acontece através de um encontro entre olhares e… Apenas acontece. É natural, chega a parecer místico, mas é algo simplesmente natural. É do íntimo que nasce a cumplicidade, a comunicação em silêncio, a única que pode ser extensamente compreendida - e se um sentimento só pode ser entendido por quem o sente, é na intimidade que o outro encontra espaço para fazê-lo.
Sem que você perceba, tudo passa a fazer sentido. Não é preciso filosofar, indagar, analisar. De uma hora para outra você descobre que perdeu tempo demais tentando decifrar os mistérios, procurando um porquê que nunca teve necessidade de ser. De repente tudo fica claro (e colorido), então você não se importa mais com os motivos, quer apenas sentir - sim, tudo passa a fazer sentido.
As pessoas se manifestarão, mas nada do que dizem parece te atingir dali em diante. Onde quer que você esteja, estará no caminho certo, independendo do que os outros irão falar, opinar, teorizar. Viver se tornou mais importante do que ouvir.
O mundo passa a ser seu e vem aquela vontade voraz de abraçá-lo, tomá-lo em seus braços sem se importar com o que passou, porque agora você compreende. E se alguém te diz que é impossível abraçar o mundo, você responde: - Impossível é te fazer entender, porque você não sente.