sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Meus deuses não tinham olhos...

Desde criança conheço Deus. Um fator que só agora percebo é que Deus não mudou. Você pensa, "ora, claro que Deus não mudou. Que novidade!". É verdade que não mudou e nem mudará. Mas, por que conhecemos tantos Deuses diferentes?

Onde quero chegar com isso? De lá para cá, conheci Deus em suas mais variadas facetas. Bem no início, assim que tomei consciência própria, mesmo que muito novo ainda, me apresentaram um Deus grande, forte, poderoso, que está lá em cima, no Céu, sentado em seu trono, olhando para toda a humanidade com atenção e rigidez. Ficava imaginando um senhor de longos cabelos brancos, barba cheia, vestes reais e usando uma sandália deixando à mostra seus pés viris. Não conseguia imaginar seus olhos. Só sabia que estes fitavam a Terra como um menino que procura no formigueiro aquela que será seu próximo objeto de experiências macabras - já fiz muito isso e pensava ser assim que Deus também agia em sua superioridade.

Esse era o Deus da minha tenra idade. Creio que foi o Deus da maioria de nós. Aliás, parece que este é o Deus ainda de muitos adultos. Um Ser forte, altivo, vigilante, perscrutador e imponente. Que está acima de nós, lá no Céu, distante e alienado à nossa realidade. Nada mais.

Cresci um pouco e outro Deus surgiu. Não muito diferente do anterior, mas, um pouco mais requintado, teológico, examinado e definido. Era o Deus Criador, Senhor do Universo, das Galáxias, das estrelas... era o Deus do infinito. Era um Ser sem começo e sem fim e que era um só, mas que também eram três personalidades distintas. Putz! A mente dá um nó... Três em Um? Um em Três? Na dúvida, lembro que sempre rezava para cada um deles para não deixar um ou outro enciumado. E para não perder o favor de nenhum deles, é claro! Esse Deus soava mais esclarecido, mais religioso, mais metódico e, ao mesmo tempo, mais complicado. E também não conseguia imaginar os seus olhos.

Em um outro momento de minha vida conheci um Deus auto-indulgente. Esse Deus era mais velhaco, barganhador. Minha sensação era de que lidar com ele seria mais fácil e previsível. Afinal, um relacionamento baseado na troca de favores é mais seguro. Sabemos que se nos empenharmos em agradar, seremos agradados em resposta. Foi o período da minha vida onde esmerava-me por seguir à risca os preceitos litúrgicos da igreja. Procurava a santidade exterior e procurava ser um religiosos exemplar. Em troca disso tinha a esperança de ter todas as minhas orações (petições) respondidas. Desde a conversão de minha mãe ao desejo de possuir. Confesso que esse Deus me decepcionou muito por não cumprir com sua parte no relacionamento. Também não conseguia imaginar seus olhos, apenas conseguia conjeturar suas intenções.

Meu penúltimo Deus já contrariava um pouco os anteriores. Cheguei a pensar que encontrara e conhecera o verdadeiro e definitivo Deus. Um Deus emotivo, que gostava de ser bajulado com palavras afetivas. Ele fazia com que sentíssemos Sua presença em manifestações inusitadas. Um Deus barulhento. Um Deus que parecia prezar por intimidade. E essa intimidade era medida em arrepios, glossolalias, extases e frenesis religiosos. Embora não conseguisse imaginar seus olhos, conseguia imaginar sua voz.

Todos esses Deuses agradam uns e desagradam outros. Todos têm suas preferências e inclinações. Mas, conheci um Deus que não tem tanta popularidade quanto os outros. Esse Deus carrega algumas características dos outros que conheci. Não são todas, só algumas mais nobres. Esse Deus não tem a multidão de fãs que os outros conseguem aglomerar. Aliás, são poucos que engolem esse último Deus que tenho conhecido. Uma grande característica dele é que não depende da religião. Alías, é totalmente separável dela. Esse Deus bebe com os amigos, ouve música, canta e dança, conta boas piadas, não se abstém de tocar as pessoas. Ele não tem nojo de ninguém. Ele não despreza nem o mais vil ser humano. Chega a ser irritante sua inclinação pelos párias e pela escória. Nem a pessoa mais bondosa e livre de preconceitos consegue assemelhar-se com a aceitação desse Deus. Esse Deus embora próximo e verdadeiramente íntimo, exige um certo desatino para que o sigam.

Tenho me amarrado nesse Deus. Consigo imaginá-lo rindo, chorando, irado, dormindo, cantando, dançando, ensinando, brincando, exortando, criando, bebendo, comendo, abraçando e... em tudo isso consigo imaginar seu olhar. Posso parar e fitá-lo horas a fio. Gosto Dele porque parece que nele eu sou algo muito melhor do que fui um dia. Na verdade, eu tenho procurado o amar com toda minha alma, com toda minha força e com todo meu entendimento. Esse Deus, meus caros, sofre com o impropério de ser xará destes outros que conheci. E muitas vezes é julgado ou mal interpretado como sendo os outros.

Quando você olha dentro do olho de uma pessoa parece que está mergulhando em seu ser. Se esta permitir-lhe encará-la por muito tempo pescrutando sua alma, você perceberá que seus olhos denunciam se há verdade nela ou se existe apenas mentira e falsidade.

Os outros Deuses não tinham olhos. Este Deus, que agora amo, tem olhos para que eu possa mergulhar.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Em Secreto

Muitas pessoas se penalizam por não entregar à Deus mais do seu tempo.
Por não poderem entrar em seus quartos em secreto, fechar a porta, dobrar o joelho e falar com ele.
Há um bom tempo eu optei por ser um cristão do tipo que muitos estão chamando de emergente, resolvi seguir o evangelho mais simples, mais honesto para com Deus, com o meu meu próximo e comigo mesmo.
Resolvi tirar as máscaras da religião e da "santidade" e mostrar quem sou realmente como pessoa cristã pensante.
Mas falando da oração no decorrer da minha vida eu aprendi que se eu quero que Deus me ouça eu tenho que ter certas atitudes diariamente, tenho que sacrificar meu tempo pra ele...
A grande questão é, por que sacrificar apenas um pouco do meu tempo se eu posso entregar todo ele???
A porta fechada do quarto pode ser o ato de explanar sobre meus pensamentos com Deus o dia todo...
No momento que faço, ouço, canto uma música, que converso com minha esposa, que explico os mistérios da vida pro meu filho, que dou risada com meus amigos, que ensaio com minha banda, que alimento meus animais de extimação, que tomo minha xicara de café, que navego pela internet, que vejo um filme, que estou atolado de planilhas no excel e cheio de trabalho no fim de semana e etc...
E se tudo isso fosse transformado em um longo e constante momento de oração...Se pudessemos entregar tudo isso a ele em secreto???
As nossas vidas estão cada vez mais agitadas e orar se tornou algo que fazemos apenas na igreja(para os que vão) ou 5 minutos antes de dormir(e olhe lá)...
Orações automáticas, que podemos chamar de vãs repetições, algo que não acrescenta nada ao coração de Deus e que não demonstra nosso amor muito menos nossa fé, é apenas como se dissessemos: "Ta bem Deus, Ok... Vou orar...".
Enfim cheguei a uma conclusão muito simples, o lugar secreto é a minha vida, tudo o que faço durante o meu dia é pra ele, por ele, e veio dele ...
Entendo que Deus deseja nos conhecer melhor, saber o que pensamos sobre determinados acontecimentos em nosso dia a dia.. Todo aquele mantra de "tu és santo, glória a Deus, aleluia", é muito bom e até necessário, porém, e se Deus quiser saber o que vc realmente acha do que ele faz na sua vida...
Simplesmente bater um papo, assim como Jó, que sempre foi justo porém só conheceu Deus quando começou a andar com ele diariamente,indagando, concordando e até questionando Deus muitas vezes...
Deus sempre nos amará, mesmo se não fizermos essas coisas...
Porém nós nunca saberemos quão intenso é esse amor se nosso o relacionamento com Deus for apenas superficial e momentâneo...
Enfim, aprendi que quando me culpo por não ter tempo pra orar e de dentro do ônibus digo: "Deus, Me Perdoa por não ter orado.. è que a minha vida tá muito corrida!" aquela poderá ter sido a oração mais sincera que eu poderia ter feito e no lugar mais secreto que eu poderia estar, apenas no meu coração!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A história de Chris Medina e Juliana Ramos


Teve inicio nos Estados Unidos a nova edição do Americam Idol, que traz em seu juri Steven Tyler e Jennifer Lopez.
Nesta semana um concorrente surpreendeu a todos, inclusive levando as lagrimas o lider do Aerosmith.
Seu nome é Chris Medina, um jovem de 27 anos dono de uma ótima vóz. Ele cantou muito bem, sendo aprovado, mas não foi isso que mais surpreendeu.
Quando Chris contou sua história é que a coisa mudou. Ele estava acompanhado por sua noiva, Juliana Ramos.
A 2 anos Chris pediu Juliana em casamento no Starbucks onde ela trabalhava, fotos e vídeos mostram vários momentos felizes do jovem casal.
Mas com o casamento marcado, um acidente no dia 2 de Outubro de 2009 mudou o rumo da história. Ao voltar para casa do trabalho, o carro de Juliana foi artingido por um caminhão, ela e quase não sobreviveu.
Ela sofreu uma grave fratura no cranio que a deixou com o rosto desconfigurado e quase totalmente paralisada.
Confesso que fiquei admirado com o vídeo. O que mais impressiona, é a dedicação de Chris. O Amor nitido que ele tem por Juliana. Imagino o quanto deva ser dificil conviver com isso. Mas ele permaneceu ao lado dela o tempo todo.
Em certo momento ele traz a juliana até o palco para que os Juizes a conheçam, nessa hora da até um nó na garganta.
Pesquisando mais decobri que existe um Site para arrecadar fundos para o tratamento dela, pois os valores são bem altos. Ele também tem uma página no  Facebook.
Enfim, assista ao video e veja o que é o amor de verdadeiro.



quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Saudades - Almir Maciel [Casa das Armas]

O Perigo de uma Única História

Nossas vidas, nossas culturas são compostas de muitas histórias sobrepostas. A escritora Chimamanda Adichie conta a história de como ela encontrou sua autêntica voz cultural - e adverte-nos que se ouvimos somente uma única história sobre uma outra pessoa ou país, corremos o risco de gerar grandes mal-entendidos.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Para Ele

O violão para tocar uma bela melodia, a bike para um passeio a tarde e a máquina fotográfica para registrar os momentos especiais. Coisas tão distintas entre si têm um ponto em comum: todas tem um único objetivo. A mais importante decisão a tomarmos é utilizarmos tudo que fazemos como forma de coroar o Criador de tudo e todos. Afinal, tudo que existe veio dele, é por meio dele e vai voltar para ele. Então que seja tudo para Ele e ponto final.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ainda bem que Jesus não é Crente

Ontem eu ouvi uma música chamada Porque eu sou Crente da Banda Megafone, que infelizmente vcs podem ver abaixo.

Não quero tratar da parte técnica da banda... Mas quero falar sobre aquilo que entendi como se fosse uma alienação desses jovens crentes que tratam do evangelho como se ele fosse individualista e denominacional...
Esses jovens se dizem vencedores, inteligentes, bonitos, ricos ou seja se sentem superiores por serem crentes.
Não transam antes do casamento, não tocam musicas seculares, não são timidos e blábláblá.
Porque? Porque são crentes.
Pera aí
Vocês não acham que isso está perfeito demais???
A Bíblia diz que não devemos ser como os fariseus hipócritas que ficam de pé no templo batendo no peito e dizendo que são perfeitos e que não cometem erros...
Mas devemos ser como o republicano que se prostra e confessa todos os seus pecados, pois todos nós pecamos...
Ninguém é perfeito.
Não foi isso que Jesus disse para fazermos..
Esse não é o evangelho que ele nos mandou pregar a toda criatura.
Contudo ele nos disse que no mundo teríamos aflições e que ele venceu o mundo por nós, não que nós também venceríamos o mundo...
Será que algum cristão iraniano acreditaria nisso? Como podem eles prometerem prosperidade e segurança aos fiéis quando Jesus lhes prometeu uma cruz e enviou-os como ovelhas no meio de lobos e permitiu que a maioria de seus díscipulos morresse como mártires...
Enfim a melhor maneira de encerrar esse texto é dizendo com os pulmões cheios de Ar:

AINDA BEM QUE JESUS NÃO É CRENTE!!!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

VERDADE OU APARENCIA?

Ela é bonita, rica e interessante, mas ninguem sabe como ela dorme. Ninguem entende suas lagrimas escondidas no travesseiro, todos a veem feliz, só porque tem dinheiro…
Ele é bonito, rico e forte, ninguem sabe que sua vida é mais morte, que a propria vida em si… Ninguem conhece seu vazio e ninguem sabe o que seu coraçao diz…
As aparencias enganam, você olha as pessoas e ve uma coisa, mas muitas vezes isso é muito diferente do que ela realmente é…
As aparencias importam, no mundo futil em que vivemos, nós “vemos” e já é suficiente. Julgamos e temos certeza de coisas que não sabemos… Confiamos e colocamos parte de nossa vida nas mãos de pessoas que na verdade não conhecemos…
Se uma pessoa é bonita, magra e alta, ela trabalha no shoping ou como secretaria de um importante executivo, se ela é baixinha e pesa uns quilinhos a mais ela trabalha de faxineira, ou quem sabe como a chata de algum orgão publico…
Por que agente tem que ser assim? Porque nos conformamos com a boa aparencia, e não investimos no que as pessoas sao por dentro?
Por que pensamos que o rico é feliz e o pobre é triste? por que confiamos nos esteriotipos e não em quem as pessoas são?
Todo erro tem consequencia e a consequencia de olhar só as aparencias é a de ser enganado. Há muitos casais lindos e infelizes, com a vida arruinada sem tomar uma atitude, tudo para consevar as aparencias. Assim como há muitos casais sem beleza, sem dinheiro, e sem luxo, que estao felizes e se amam cada vez mais.
O que realmente importa?
Quem realmente importa?
As aparencias ou a verdade?
A verdade era “sem parecer nem formosura, nenhuma beleza havia para que O desejassemos”… Ele, Jesus, a Verdade encarnada, é a maior prova de que o mundo em que vivemos, julga, critica e crucifica os de má aparencia… E que os que “parecem” não ter nada a oferecer, podem ser os que salvam sua vida…

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

De Quem é a Culpa?


Bart: “Qual é mesmo a nossa religião?”

Homer: “Você sabe: aquela com todas aquelas regras cheias de boas intenções que não funcionam na vida real. Ah, cristianismo”.
Quando a igreja não cumpre seu papel em anunciar e sinalizar o Reino, ela falha em sua missão.

Para muitas pessoas, o cristianismo não “funciona” porque elas tiveram um contato com um pseudo-cristianismo, que apresenta um falso deus: Hora como um papai-noel ou gênio da lampada, que está ao nosso dispor para atender desejos; hora como um deus-tirano, que espera ansioso pelo momento que vamos pisar na bola!

Isso é fruto de um cristianismo sem Cristo, onde santidade vira legalismo; devoção vira religião e obediência vira fanatismo.

Entendo que cristianismo vai “funcionar” quando vivermos a vida cristã como o que ela é de fato: relacionamento íntimo, profundo e sincero.