sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sobre jacarés e lobisomens

Vou tentar desenvolver um pouco da minha opinião, ainda informe, sobre a questão homossexual em nossa sociedade, no tocante à união legalizada.

Para esclarecer, não sou moralista, nem fundamentalista, nem discípulo do Julio Severo (rs) e muito menos homofóbico. Quem acompanha a proposta do blog percebe o quão pouco convencional sou. Tenho amigos gays, não colegas, amigos mesmo... enfim...

Como cristão, não compactuo com a prática homossexual, tanto quanto não compactuo com a prática da enganação, da violência, da prostituição, da pedofilia, etc, etc. Ainda como cristão, não intrometo na vida de um cara que encontrou prazer inusitado em oferecer o orifício rugoso a outrem, diga-se de passagem, do mesmo "time". E mesmo que, por mais que me esforce por entender - e não entendo - o cara não preferir uma mulher, que ostenta um corpo cuja as linhas são de causar portentosa inveja em qualquer projetista, cujo bumbum, ah! o bumbum... é um ode à sensualidade, à beleza, à arte escultural, é um símbolo... os seios, nem é preciso falar muito. Desde ainda bebês de colo já nos deliciávamos com eles, com a desculpa de que queríamos leite. Infelizmente crescemos e a desculpa já não cola tão bem... a pele da mulher, o cheiro, o gosto da boca, a maciez das mãos... Oh, God! Vou parar por aqui porque por mais que tente não podería compreender um homem preferir um homem a uma mulher. E olha que até entendo uma mulher preferir uma mulher porque mulher é tão bom, mas tão bom... mas, tão bom que às vezes acontece de uma delas cair em si e perceber isso (rs).

Então, como ia dizendo, não tenho o direito de condenar ou julgar os homossexuais. Aliás, ninguém tem direito de condenar e julgar ninguém. Mas, quero tratar dos aspectos que me incomodam no âmbito social e ideológico. A sociedade avança a passos largos, todos sabem. O que outrora era tabu, já não é mais. Vivemos em uma sociedade sexualizada, fato. Atualmente fala-se muito da polêmica PL 122 que tramita no Senado. Em meio a tudo isso o que me preocupa não são os homessexuais e seus estilos de vida, sua homossexualidade. O que me preocupa é o homessualismo. Isso mesmo, com "ismo". Essa perspectiva doutrinária, ideológica e até "religiosa" dos homossexuais e simpatizantes (o que é um simpatizante? existe simpatizantes de héterossexuais?) me causa certo incômodo.

Querendo ou não, sei que o pós-modernismo e sua relatividade está aí, e tentar manter uma opinião quase retrô não é o jeito mais descolado de ser um "
nice guy". É que em meio a tanto"open your mind" e "free your mind" fico com a sensação de que tudo ainda vai dar em "merda", como diria o Capitão Nascimento.

Em alguns países o casamento gay já é uma realidade com respaldo na lei. Não tenho nada contra um casal gay se unir e morarem juntos. Como já disse, não é da minha conta. Mas, casamento? Matrimônio? Não sei se estou pronto para engolir... não sei se estou pronto - e talvez nem queira estar - para passear com meu filho no parque, em meio a outras famílias, casais de namorados, cachorros, crianças, casais homossexuais e, ocasionalmente, ouvir meu filho indagar:

- Papai, quando crescer posso casar com o Pedrinho? Gosto muito dele... meninas são chatas! Não gosto delas...

Meu medo é ver os limites serem totalmente extinguidos da sociedade. Quebrar paradigmas é necessário, mas, romper totalmente com uma estrutura humana tão natural da sociedade, tão inerente, tão Divina... me assusta! As pessoas são livres, vivemos em uma democracia... se a maioria permitir a implementação de leis que mutabilizem o conceito utópico de família, que ainda carrego, eu como minoria devo prestar meu respeito e aceder à opinião majoritária.

Mas, o que fazer com os casais gays que queiram se unir como marido e mulher? Aliás, deveríamos criar outros termos? Como marido e marido, mulher e mulher? Ou, "eu vos declaro parceiro ativo e parceiro passivo"? E entre mulheres? Existe ativa ou passiva? Desculpem minha ignorância nesse sentido. Me pergunto, quais alterações retroativas deverão ser feitas para viabilizar o casamento gay em nossa Constituição? Presumo que a definição de família deverá ser adaptada.

Seria injusto dois gays que viveram juntos há anos, que batalharam para ter seus bens materiais e, no fim das contas, se separam e deparam-se com nenhum respaldo legislativo que os conduza a um "processo de divórcio". Será necessário instituir o casamento gay para resolver esse problema? Não acho necessário. Pode-se muito bem articular contratos que terão os mesmos resultados. Tá, não dá na mesma que casamento civil? Quase. Mas, como disse, minha inquietação é com a parte ideológica, doutrinária da coisa... talvez apenas trocar os nomes dos documentos me causasse maior alívio. Hipocrisia?!

No final das contas, meu receio é ver a Família deformada... é ter a impressão de que uma sociedade relativista, pós-moderna demais, com argumentos viáveis, dificilmente contestáveis e bem construídos, se achegue cada vez mais perto daquela sociedade vítima de um fenônemo celeste trágico.

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