sábado, 26 de maio de 2012

Vida oculta


O famoso tratado de Martinho Lutero The Freedom of the Christian [A liberdade do cristão] atinge seu ápice quando ele conclui:

“Um cristão não vive em si mesmo, mas em Cristo e no próximo. Caso contrário, ele não é cristão. Ele vive em Cristo pela fé, no próximo pelo amor. Pela fé ele é arrebatado para além de si mesmo em Deus. Pelo amor ele desce ao nível do próximo. No entanto, ele sempre permanece em Deus e seu amor.”

Ser cristão é, num certo sentido, ser deslocado. Um cristão não vive em si mesmo; vive fora de si – em Deus e no próximo. Reflitamos um momento sobre o primeiro e mais importante deslocamento, sobre viver pela fé “em Deus” ou ser “arrebatado” e colocado “em Deus”. Isso para Lutero é duplamente significativo. Primeiro liberta as pessoas da pressão de ter de conseguir as boas graças de Deus por meio do que elas fazem. Essa ideia está no cerne da explicação de Lutero sobre a salvação. Segundo sua tese não é que aquilo que as pessoas fazem não tem importância: tem profunda importância – para Deus, para o próximo e para elas mesmas. Todavia, nada do que elas fazem muda o fato de que Deus as ama e, se elas confiam em Deus, ele as recriará como novas criaturas, libertas de culpa e capazes de amar aos outros.

Sermos “arrebatados para além” de nós mesmos e colocados “em Deus” é significativo para Lutero também por outro motivo. Por trás de sua explicação de como Deus salva os seres humanos está a explicação de quem os seres humanos são. Não somos feitos, nem desfeitos, por aquilo que fazemos ou que os outros nos fazem. O essencial de nossa identidade não está em nossas mãos, mas nas mãos de Deus. Somos nós mesmos, no sentido mais próprio das palavras, porque Deus está em nós e nós em Deus. Sem dúvida, o que nós ou outros inscrevemos em nossas almas e no corpo nos marca e ajuda a moldar quem somos. Todavia, isso não tem poder para nos definir. O amor de Deus por nós, na verdade, a presença de Deus em nós e o fato de sermos “arrebatados para além” de nós mesmos e colocados “em Deus” nos define do modo mais fundamental como seres humanos e como indivíduos.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Rabiscando na areia


Foi arte e foi teatro ao mesmo tempo, mas foi ainda mais. Foi o que Ele não disse que falou mais poderosamente à turba naquela manhã. Foi como um copo de água fria para uma adúltera sedenta e um jato de água fria no rosto para um grupo de fariseus furiosos.
Até hoje não temos a menor idéia do que Jesus rabiscou duas vezes na areia. Em geral tem-se feito a pergunta errada através dos séculos. Trabalha-se no conteúdo sobre o que ele poderia ter escrito. Pergunta-se o quê sem sequer perceber-se que a verdadeira pergunta deveria ser por quê? Não é o conteúdo que importa, mas o porquê de Ele ter feito isso. Inesperado. Irritante. Criativo.
Eles estavam furiosos, é claro — com Jesus e com a mulher. (Por tudo o que sabemos, eles devem ter armado para que ela fosse pega). Arrastaram-na até o pátio do templo, interrompendo sabe-se lá qual lição brilhante que Jesus estava dando.
Você conhece a história. “Tu, pois, que dizes?” — eles lhe perguntaram, com a falsa reverência à qual Ele havia se acostumado com o tempo.
Mas Jesus não disse nada. Nenhuma sílaba. Em vez disso, agachou-se e “escreveu” algo com o dedo na areia sagrada do templo.
Os escribas e fariseus não podiam suportar seu silêncio pensativo, e continuaram incitando-o com perguntas.
Jesus finalmente quebrou o terrível silêncio. Erguendo-se uma vez mais, deixando de lado seus rabiscos, Ele deu, em apenas quatorze palavras, um resumo de sabedoria e compaixão que conferiu a forma perfeita à sua vida (e que pode fazer o mesmo com a nossa): “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (Jo 8.7).
Ele, então, voltou à atividade. Aquele que havia desenhado as galáxias com o mesmo dedo, agachou-se como um aluno, sua língua talvez dobrando-se no canto da boca, escrevendo mais uma vez aquelas palavras pelas quais daríamos um tesouro para saber quais foram, mas que nunca saberemos.
O que Jesus fez naquela manhã criou um espaço no tempo, que permitiu que a turba furiosa se acalmasse, ouvisse sua palavra, pensasse finalmente a respeito dela, fosse convencida e respondesse a ela — ou não. Fez com que o tempo se aquietasse. Foi original. Foi inesperado. Foi uma resposta ao barulho e à confusão, e a toda a intensa atividade ao seu redor, ainda que Ele mesmo não estivesse nem um pouco incomodado pelo barulho. Pelo contrário, o ato de Jesus criou uma moldura em torno do silêncio — o tipo de silêncio a partir do qual Deus fala ao coração. Em resumo, foi um ato supremo de criatividade. Foi arte.
Aparentemente, a forma e até mesmo o conteúdo não foram o que na verdade importou, não tanto quanto o fato de que, por um momento, o barulho cessou e a atenção de todos concentrou-se em outro lugar. Naquele momento, todos ao redor aprenderam que o seu mundo não era o único mundo que existia. E, assim, foram liberados. Isso também é arte.
Nossos livros minuciosos, nossos quadros grandiosos, nossas sinfonias majestosas, toda a arte até hoje feita em seu nome desde aquele dia, não podem esperar ser mais e não devem permitir-se ser menos do que os rabiscos de Jesus na areia naquela manhã. Se aquilo que criamos, escrevemos, dançamos ou cantamos pode abrir tamanho espaço no tempo por meio do qual Deus pode falar, imagine as possibilidades! A pintura pode tornar-se uma janela através da qual um mundo confuso olha e vê a ordem sadia da criação de Deus. A música pode tornar-se um eco orquestrado da voz que os ouvidos cansados da humanidade há séculos têm ansiado ouvir. Essa é arte por meio da qual Deus é visto e ouvido, na qual Ele é encarnado, é “detalhado” em pintura e tinta, em pedra, em movimento criativo. Do ponto de vista cinza e vazio do mundo caído, são apenas arranhões e rabiscos na areia, mas, à luz da eternidade, tornam-se o ensejo para a revelação divina. O que mais poderíamos esperar, e, uma vez tendo visto esta nova possibilidade, como poderíamos nos conformar com menos?

domingo, 8 de abril de 2012

Porque Lembrar é Ser


O ser humano é aquele que se lembra. É porque temos memória que temos identidade. O animal pode ser algo diferente a cada momento em que acorda de novo sem nem mesmo saber a razão da mudança, pois ele não carrega o seu passado consigo. Ele não pensa sobre o seu passado, sobre o que foi, e a relação disso com o que ele é, e com o que ele será amanhã. Mas o ser humano não é assim.
O ser humano é feito de uma fusão, em sua consciência presente, do passado que ele foi e do futuro que ele quer ser. O ser humano tem consciência de sua temporalidade. É por isso que temos tradições e temos história pessoal, e nos lembramos de “quando eu tinha dez anos…”. É por isso também que a gente muda – é porque decidimos ser diferentes do que fomos antes, em muitos aspectos.
Mas há coisas que desejamos esquecer; às vezes legitimamente, às vezes não. E há uma coisa que o mundo contemporâneo gostaria de esquecer a qualquer custo: a morte e a ressurreição de Jesus. A Cruz é o testemunho cravado bem no meio da estrada da história de que o homem tomou a direção errada e de que Deus apareceu para corrigi-la. Na maior parte do tempo as pessoas se desligam do fato, mas precisamos lembrá-las, e precisamos lembrar a nós mesmos de que o sentido e o fim da história já foram revelados, de que a nossa vida já foi iluminada, explicada e avaliada pela Cruz.
Doravante é inautêntico e falso tentar viver como se nada tivesse acontecido. Seria como continuar dançando alegremente no salão de festas do Titanic enquanto o navio afunda. A verdade sobre quem nós somos e sobre o julgamento do mundo já foi desvendada, assim como a verdade sobre a presença de Deus e a redenção em Jesus.
Isso significa que precisamos nos lembrar sempre desse grande evento: diariamente, semanalmente, e anualmente. Não para relembrar um fato externo a nós apenas, mas também para relembrar a verdade sobre a nossa condição interna, sobre quem nós realmente somos.
Ter um período do ano totalmente dedicado à reflexão sobre a última ceia, o sofrimento, a morte e a ressurreição de Jesus nos ajuda a lembrar porque é que somos cristãos, ao invés de ser outra coisa. Nos ajuda a entender que enfim não podemos ser outra coisa, e que nenhum ser humano jamais poderá ser autenticamente outra coisa, e que se algum ser humano decide ser outra coisa, está deixando de ser o que é.
Então, enquanto o mundo se lembra de coelhos e ovos, vamos aproveitar o momento para voltar à realidade e para chamar o mundo à realidade, para se lembrar da Cruz de Jesus Cristo. Vamos cultivar a tradição de lembrar o que não pode ser esquecido, pois deixar de lembrar é deixar de ser.
E assim, relembrando o que Deus fez por nós ontem, saberemos quem somos hoje, e o futuro glorioso que nos aguarda no amanhã.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Até Domingo


Em uma sexta feira acerca de 2000 anos atrás às 3 horas da tarde sua carne se tornou o pão que foi esmagado por mim e por vc e o seu sangue foi como o vinho derramado no chão e pisado em nosso lugar... Todos aqui sabem o quanto eu desprezo qualquer religião... Mas o que ele fez não consiste em religião... consiste em amor.. foi o amor dele que me fez ser o que sou hj... existem coisas na minha vida que não existiriam se não fosse minha consciência pelo que Ele fez... não há denominação, pastor, música, banda, ou qualquer outra coisa q substitua Ele na minha vida.... Enfim só tenho a agradecer a Vc Jesus, obrigado pelo sangue, pela morte e pela vida... E até domingo!!!

domingo, 11 de março de 2012

Vc já se Auto Avaliou?

Fiz isso essa semana... e num é muito legal descobrir ou redescobrir quem vc realmente é...

Enfim descobri q sou uma pessoa má. Pensei que não fosse, mas sou. Guardo rancor às vezes. Tenho dificuldade em perdoar. Tenho dificuldade em andar a segunda milha e oferecer a outra face. Há pelo menos ½ dúzia de pessoas que eu preciso (e quero) me reconciliar ainda em 2012. Mas mesmo assim Deus está com sua voz embargada, me chamando pelo nome, me amando e derramando sobre mim uma graça que eu não mereço.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Insider


Jesus é o insider, o inserido, o afiliado, o homem de dentro. Ele não apenas recusa o afastamento do mundo proposto na postura de João, mas assume descaradamente a direção oposta. Sem nenhum verdadeiro precedente na história sagrada de Israel, aqui está um homem que adquire a fama de santo e homem de Deus convivendo com o homem comum e com gente que até mesmo o homem comum tem dificuldade para engolir.

Em perfeita oposição a João, Jesus deixa claro que é sua proximidade do mundo, seu “não-afastamento”, a porção mais essencial da sua missão. Ele vence a tentação do deserto e segue percorrendo incessantemente as cidades, onde pode estar com as pessoas e submetê-las à sua mensagem, que é essencialmente sua própria pessoa.

E não há virtualmente ninguém a quem ele recuse a sua proximidade: religiosos e pecadores, fariseus, sacerdotes e prostitutas; romanos, samaritanos, judeus e fenícios; ricos, pobres, fazendeiros, agiotas, lavradores, coletores de impostos; militares, pescadores, revolucionários, leprosos, cegos, aleijados, loucos, possessos, homens e mulheres. Jesus vive entre essa gente, causando tumulto em cada cidade e pressionado de todos os lados por suadas e mutantes multidões. Ele se veste como todo mundo, aceita convites para festas de casamento e freqüenta banquetes (angariando entre seus detratores a fama de glutão e beberrão). Jesus congraça com pervertidos, bêbados, adúlteros, tratantes e prostitutas, e seu primeiro milagre é fornecer bebida para animar uma festa que ameaçava perder o pique.

Para encontrá-lo é preciso apenas estar fazendo o que você faz sempre: é ele que virá inevitavelmente ao seu encontro, quer você seja um cego esperando uma esmola na beira do caminho, um agiota caminhando desiludido para seu posto de coleta, uma mulher andando em direção ao poço para puxar água. Você pode não saber com quem está falando, mas ele já está todinho ali, na sua cidade, no seu círculo, na sua cultura. Nada na aparência dele ou na sua conduta parece ostentar ou garantir a santidade que os religiosos anunciam como uma trombeta. Se esse é sujeito é um profeta e um santo, trata-se do primeiro da espécie que não lhe parece ser essencialmente diferente de você. Ele irá invariavelmente aceitar o seu convite para sair, para jantar, para ir à sua casa, para conhecer uns amigos, para visitar um doente, para beber uma jarra de vinho.

Esse homem, definido por esse estilo de vida, é que os cristãos adotaram oficialmente como professor, profeta, messias, salvador e Filho de Deus. Extra-oficialmente, adotamos o estilo de vida de João Batista.

João é o homem que se afasta do mundo para não deixarse contaminar por ele. Jesus é o homem inteiramente inserido no mundo, inteiramente mergulhado nas complicações do dia-a-dia e nas preocupações e privilégios do homem comum.

Dos incontáveis paradoxos do cristianismo histórico, esse é mais um: historicamente, os cristãos ignoraram o exemplo de Cristo e tornaram-se seguidores funcionais de João.

O caminho de João Batista é o caminho dos monges do deserto, das ordens religiosas, das rádios evangélicas; é o caminho do ascetismo, das regras estabelecidas para “fazermos diferença”; das abstenções, do recuo, do afastamento, da irrelevância, da exclusão e do preconceito.

O caminho de Jesus é o da inclusão, da presença, do abraço irrefletido e incondicional do mundo. É o caminho estreito que poucos trilham, a porta exigente pela qual poucos passam.

Sempre que cedemos à tentação de trocar a confusão transpirante do mundo pelo conforto harmonioso e acolhedor de uma comunidade cristã; sempre que aceitamos o abraço exclusivo de uma subcultura de qualquer estirpe em detrimento da cultura no seu sentido mais amplo; sempre que dividimos nossa experiência entre uma esfera religiosa e uma profana que não chegam a se tocar; sempre que nos recusamos a consentir qualquer associação com música “do mundo”, filmes “do mundo” e pessoas “do mundo”; sempre que negamos nossa presença, nossa companhia e nossa lealdade agente que em seu estado atual não julgamos merecê-las; sempre que reservamos nossas noites, nossos feriados e nossos fins-de-semana para o convívio com gente cuja santidade os torna inerentemente distinta da massa dos mortais – estamos (como diz a música “do mundo”) escolhendo errado nosso super-herói.

Era o caminho inclusivo de Jesus que deveríamos estar seguindo – e num mundo ideal eu não deveria ter de estar explicando isso, especialmente a mim mesmo.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O Cristão que Abraçou um Homem de Cueca





Esses Dias surgiu pelas redes sociais essa foto e a legenda: Grupo de cristãos foi à parada gay com cartazes dizendo “desculpe-nos pela forma como a igreja tratou vcs”.Eu pensei “CARAMBA, ELES ESTÃO FAZENDO ISSO CERTO”! A gente tá cansado de ver grupos cristãos extremistas lá fora protestando contra tudo (tipo Michael Jackson, Madonna e gays) com insultos grotescos muitas vezes, e isso toma a mídia que ganha mais um argumento pra moldar o cristão fanático e intolerante. E é, a igreja é muitas vezes fanática e intolerante, acho que por isso eu fiquei tão feliz com essa notícia aqui.

Em junho de 2011 rolou mais uma Chicago Pride Parade (tipo uma parada gay da gringa), e um grupo de cristãos colou lá com camisetas escritas “I’m sorry” e cartazes ”I’m sorry the way churches have treated you” (me desculpe pela forma como a igreja tem tratado vocês) e tiveram uma experiência de relacionamento com os participantes da parada, abraçaram geral, sorriram, fizeram algo muito mais “cristão” do que julgar e insultar. Nathan Albert (o gordinho abraçando o brother de cueca na foto) escreveu no seu blog sobre o trabalho realizado:


” Eu abracei um homem de cueca. E acho que Jesus faria o mesmo.
[...] nós queríamos ser uma voz cristã alternativa aos portestantes que estavam lá gritando “ódio” no megafone.
O que eu mais amei aquele dia foi quando as pessoas “entenderam”. Eu curti assistir a expressão das pessoas quando viam nossas camisetas, liam os cartazes e olhavam de volta pra gente. As respostas foram incríveis. Alguns nos mandavam beijos, outros vinham nos abraçar, outros gritavam OBRIGADO! Algumas garotas vieram e disseram que fomos a melhor coisa que elas viram durante o dia todo. Eu queria ter contado quantas pessoas me abraçaram. Um cara em particular disse suavemente: Bem, eu perdôo vocês.
Ver as pessoas reconhecendo nossas desculpas me fez chorar várias vezes. Aquilo era a personificação da reconciliação.

[...] infelizmente a maioria dos cristãos não pensariam nem se aquele cara dançando de cueca branca (foto) tem um nome. Bem, ele tem. Se chama Tristan. De qualquer forma, eu acho que Jesus o teria abraçado também. Isso é exatamente o que li nas escrituras: Jesus andando com pessoas que os religiosos fugiriam. Alguma relação entre aquela época e agora? Eu acho que sim.
Eu abracei um homem de cueca. Abracei forte. E tenho orgulho disso. “

Chega de pregar amor e praticar intolerância, chega de julgar julgar julgar antes de amar. Chega de se achar melhor. Passou da hora de sermos mais parecidos com Jesus.

Eis q então a esperança de um dia ter orgulho de dizer q sou Cristão surgiu novamente...

domingo, 15 de janeiro de 2012

Orgulho de ser Santo?



Quando olho para mim mesmo e vejo todas as minhas vontades, desde as mais puras até as mais sujas, percebo que na verdade o que eu mais preciso é de Deus. Eu preciso dEle. Não posso negar isso. Posso tentar me satisfazer de diferentes formas ou maneiras, mas nada me satisfaz de forma tão completa quanto Deus.

Cada vez que dou um passo em direção a esse ser tão magnífico, algo dentro de mim acontece e sinto que já não tenho prazer em coisas ruins. É como se aos poucos Ele restaurasse dentro de mim a natureza que o homem tinha inicialmente: a santidade.

Não é uma santidade hipócrita nem uma tentativa de “viver separado” para ser melhor visto socialmente, alegando que na verdade sou separado porque sou dEle.

É incrível ver que quando Deus se fez carne e habitou entre nós, andou no meio dos menos santos. Fico ainda mais surpreso ao ver que viver e andar entre pessoas que não eram santas, não o tornou menos santo. O resultado foi totalmente o oposto disso, pois as pessoas que estavam ao redor dele se santificaram – e isso não significou exatamente que elas foram para uma classe social mais elevada – mas que os que se consideravam de uma classe social mais elevada já não eram superiores.

Frequentemente falamos sobre santidade e a vivemos religiosamente. Mas essa santidade brota mais de uma metodologia do que de um relacionamento íntimo com Deus. E parece que quanto mais atingimos essa santidade metodológica, mais nos esquecemos de que nada valerá nessa santidade se ela não servir para nos aproximar de Deus e refletir mais do caráter dEle em nós.

Olhando as pessoas que buscam essa santidade metodológica (que muitas vezes encontro em mim mesmo) percebo que ela serve como um troféu de“orgulho cristão.” Então vejo diversas vezes muitas pessoas caindo no erro de achar que seu pecado é menor que o pecado de um “não cristão”. Como que se o sacrifício de Cristo fosse apenas para os que já estão sarados.

Por acaso Cristo não disse que ele veio para os enfermos? Ele por acaso deixou sua santidade por cumprir sua missão? É claro que não!

Nosso chamado à adoração não contradiz nosso dever de pregar o amor de Deus. Todos foram criados para “louvar e adorar” e chamados a viver o amor dEle. Cristo viveu em santidade, se relacionando com o pai e não deixou de cumprir sua missão.

Se nossa santidade nos servir de orgulho não é a santidade de Deus refletida em nós, mas uma metodologia que nos serve de ascensão social (que também não servirá de nada).

A santidade metodológica é tóxica, pois ela nos cega do Deus verdadeiro, nos levando para perto de um Deus que nós mesmos criamos e imaginamos como Ele é. A santidade fruto do relacionamento com o Deus verdadeiro, nos levar para perto dEle e faz com que seu caráter seja refletido em nossas vidas.

Não faça as coisas por fazer. Não viva por regras. Viva guiado por Deus. Encontre-o em sua Palavra, em uma canção que revela seu amor. Encontre-o em uma poesia que revela os segredos do Criador em suas entrelinhas. Encontre-o no silêncio ou na agitação da cidade, mas não crie métodos para encontrá-lo.

A Santidade de Deus está somente nele e não há nada que possamos fazer para consegui-la, a não ser nos aproximarmos dEle e o obedecermos.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Antes de Você - Almir Maciel





Antes de Você

Teu olhar me enche de alegria e percebo que tenho tudo o que sempre quis
Teu olhar me trás a nostalgia de um tempo que eu comecei a ser feliz

E então eu me pego mergulhado em teu coração
Totalmente abandonado em tuas mãos
E então eu me pego mergulhado em teu coração
Abandonado em tuas mãos

E eu descobri que eu não era nada antes de vc
Eu descobri que eu não tinha nada antes de te ter
E eu descobri que eu não era nada, que eu não tinha nada

Tua voz é a prova mais sincera de que o mundo está errado em tudo o que diz
Tua voz é a canção mais bela que em meio às tempestades eu pude ouvir

Eu te pego em meu colo
Canto pra vc dormir
Te ensinei tantas coisas a levantar e a cair
Mas o que ninguém imagina é que tudo o que eu sei
Eu aprendi por causa de você

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Bono - Onde está Deus?

"Deus meus amigos, está com os Pobres... E Deus estará conosco somente se nós estivermos com eles!"
Sem Palavras!