sábado, 14 de julho de 2012

O melhor é esque­cer de nós mesmos

O orgulho é a causa principal da infelicidade em todas as situações e em todas as famílias desde que o mundo foi criado. Os outros vícios podem até mesmo reunir as pessoas, pode haver uma boa camaradagem, risos e piadas entre gente bêbada ou entre devassos, etc. Mas o orgulho sempre significa a inimizade. o afastamento, a separação por se achar melhor que os outros.

Olhando para o passado defrontamos com algo que é, em todos os aspectos, infinitamente superior a nós. Se você não sabe do que eu estou falando e que você não é nada comparado a isso, não sabe absolutamente nada sobre nada. O homem orgulhoso sempre olha de cima para baixo para as outras pessoas e coisas: é claro que, fazendo assim, não pode enxergar o que está acima de si.

Isso levanta uma boa questão. Como podem existir pessoas evidentemente cheias de orgulho que declaram acreditar em Deus e se consideram muitíssimo religiosas? Infelizmente, elas adoram um Deus imaginário. Na teoria, admitem que não são nada comparadas a esse Deus fantasma, mas na prática passam o tempo todo a imaginar o quanto ele as aprova e as considera melhor que ao resto dos comuns mortais. Ou seja, pagam alguns tostões de humildade imaginária para receber uma fortuna de orgulho em relação a seus semelhantes. Suponho que é a esse tipo de gente que Cristo se referia quando dizia que pregariam e expulsariam os demônios em seu nome, mas no final ouviriam dele que jamais os conhecera. Cada um de nós, a todo momento, vê-se diante dessa armadilha mortal. Felizmente, temos como saber se caímos nela ou não. Sempre que constatamos que nossa vida religiosa nos faz pensar que somos bons, sobretudo, que somos melhores que os outros, podemos ter certeza de que estamos agindo como marionetes, não de Deus, mas do orgulho. A verdadeira prova de que somos humildes é se nos esquecermos completamente de nós mesmos ou então seremos como objetos pequenos e sujos. Então, concluo que o melhor é esquecer de nós mesmos. E assim saberemos se somos tão bons o quanto pensamos!!!


segunda-feira, 9 de julho de 2012

O que é que te move?


O que é que te move?

Uma esperança? Uma dor? Um salário fixo? Um Ônibus lotado?

O que te faz levantar da cama todas as manhãs? Um despertador? Um sorriso? Um beijo que te enche de vida daquela pessoa que tira seu fôlego? Os compromissos? As contas? A responsabilidade? A esperança de não pegar aquele Ônibus lotado?

O que faz você se sentir vivo? A aprovação no vestibular? Uma promoção no emprego? Um abraço de fechar os olhos e se entregar? Uma passeio por uma calçada qualquer na companhia de alguém que faz você não ter pressa de chegar a qualquer lugar?

O que te faz querer chegar em casa todos os dias? Aquela novela que todo mundo diz que você deve assistir? Olhar nos olhos de quem realmente importa pra você e não precisar de nenhum apetrexo eletrônico para estarem juntos? Aquela janta gostosa saindo do fogo? Ou só o cansaço de mais um dia de trabalho? O desejo pela cama e dormir um sono profundo para no outro dia… desejar chegar em casa depois de um longo dia de novo?

Às vezes parece mais fácil ir empurrando o lixo pra debaixo do tapete, sabe? E você vai deixando os dias passarem… E vai abstraindo… E parece que tudo voltou ao normal de novo… Mas aí você ouve uma palavra, olha uma imagem, uma circunstância qualquer que traz tudo de volta como um murro no meio da sua cara e você descobre que não estava tão livre assim. Por que o normal às vezes é uma merda.

Tenho aprendido que venho deixando “as coisas passarem” mais do que imaginava, e o que é pior, elas sempre voltam. A diferença é que quando voltam elas não vem como brisas, mas como um furacão.

O que você tem deixado passar?

Uma conversa que precisa ter?

Um posicionamento?

Uma escolha? (Você sabe que empurrar para debaixo do tapete também é uma escolha, né? E sabe também que nenhum tapete será grande o suficiente para todo o lixo da sua vida? Porque sempre que você ou eu deixamos as coisas irem se acumulando, bem, alguém vai ter que lidar com toda sujeira depois.)

Às vezes é hora de deixar ir sim, mas não falo de uma pessoa, como antes dizia, falo de uma ideologia, um pré conceito, uma fábula de que todos os dias tem que ser felizes e saltitantes e que dias com tons de cinza são inaceitáveis.

A vida não é um conto de fadas e às vezes o amor machuca. (Ou seria a idealização do amor?) A liberdade é tirada das pessoas e nunca em toda a história da humanidade houve tantos escravos como existem hoje. A liberdade é ferida. Aquele Messias cheio de esperanças e sonhos que saiu numa noite de quarta feira de dezembro e que deixou um abraço mais demorado na sua mãe não está mais aqui. O que temos para hoje é um Messias calejado e que vive mudando o peso da mala pesada de uma mão para outra.

Mas daí nos vem um Carpinteiro das bandas de Nazaré e nos fala sobre ter por especialidade concertar corações e também sobre um Reino que está por vir… E Ele começa a falar mais sobre esse Reino… E aí Ele começa a falar que esse Reino é real e que está disponível a todo que crê…

O amor e a liberdade podem ser feridos, podem até ser pendurados em uma cruz, mas o Reino sobreviverá e continuará disponível.

Ele continua sendo muito bom em trazer esperança para quem não tem esperança, liberdade para quem está preso na dor do passado, e amor para quem não acha que seja possível amar outra vez.

Eu oro para que mesmo nos seus dias mais cheios, e chatos, e gastos, que mesmo nos dias tons de cinza, você tenha a consciência de que não está sozinho. Que o fato de existir um Deus que faz as manhãs acordarem todos os dias para te encher com o calor do Seu amor mesmo nos dias frios possa te mover e te dar um sentido para estar vivo.

Que apenas sobreviver não seja nem o meu nem o seu normal. Que normal não seja suficiente nem para você nem para mim. Que você assim como eu também possa escolher o extraordinário. E que o extraordinário para nós dois seja viver intensamente essa única vida que nos foi dada!!!

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Deus – Uma Hipótese Desnecessária?



A ciência tem alcançado êxito impressionante na investigação do Universo físico e na elucidação de como ele funciona. A pesquisa científica também levou à erradicação de muitas doenças horríveis e nos deu esperanças de eliminar muitas outras. E a investigação científica alcançou outro efeito numa direção completamente diferente: ela serviu para libertar muita gente de medos supersticiosos. Por exemplo, ninguém precisa mais pensar que um eclipse da Lua é causado por algum demônio assustador, que necessita ser apaziguado. Por tudo isso e por inúmeras outras coisas devemos ser muito gratos.
Porém, em algumas áreas, o próprio sucesso da ciência tem também conduzido à ideia de que, por conseguirmos entender os mecanismos do Universo sem apelar para Deus, podemos concluir com segurança que nunca houve nenhum Deus que projetou e criou este Universo. Todavia, esse raciocínio segue uma falácia lógica comum, que podemos ilustrar como segue.
Tomemos um carro motorizado Ford. É concebível que alguém de uma parte remota do mundo que o visse pela primeira vez e nada soubesse sobre a engenharia moderna pudesse imaginar que existe um deus (o sr. Ford) dentro da máquina, fazendo-a funcionar. Essa pessoa também poderia imaginar que quando o motor funcionava suavemente o sr. Ford gostava dela, e quando ele se recusava a funcionar era porque o sr. Ford não gostava dela. É óbvio que, se em seguida a pessoa passasse a estudar engenharia e desmontasse o motor, ela descobriria que não existe nenhum sr. Ford dentro dele. Tampouco se exigiria muita inteligência da parte dela para ver que não é necessário introduzir o sr. Ford na explicação de funcionamento do motor. Sua compreensão dos princípios impessoais da combustão interna seria mais que suficiente para explicar como o motor funciona. Até aqui, tudo bem. Mas se a pessoa então decidisse que seu entendimento dos princípios do funcionamento do motor tornavam impossível sua crença na existência de um sr. Ford, que foi quem de fato projetou a máquina, isso seria evidentemente falso – na terminologia filosófica ela estaria cometendo um erro de categoria. Se nunca houvesse existido um sr. Ford para projetar os mecanismos, nenhum mecanismo existiria para que a pessoa entendesse.