terça-feira, 21 de maio de 2013

Pastor mostra como é fácil enganar fiéis

Pastor solta o verbo e diz: “comercializar religião é melhor que vender droga”
VISHHHH

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Porquê apaixonar-se vale sempre a pena

Sempre a favor de novos comerciais criativos, acabamos encontrando esse vídeo de uma campanha dos chocolates Serenata de Amor onde mostra que por mais que você já tenha sofrido, uma das melhores sensações na vida é poder sentir aquele friozinho na barriga da espera daquele encontro com A pessoa, ou então de não saber se comportar ou agir feito bobo quando está conhecendo alguém que te interessa..e consequentemente, a sensação e consequências de se apaixonar.          Sempre existe alguma razão pra acreditar no amor.

JESUS É UM EXEMPLO MORAL?



Apresentar Jesus como exemplo de vida moral é como colocar Ayrton Senna como exemplo de piloto de fórmula 1. Mesmo que eu começasse agora e treinasse oito horas todos os dias, é altamente improvável que um dia conseguisse fazer o que Senna fez; e há muita gente por aí, mais jovem e mais preparada do que eu, tentando ao máximo e, mesmo assim, não consegue. Do mesmo modo, observar Jesus – e sua combinação de sabedoria, bondade, astúcia, humor, paciência com discípulos inconstantes, coragem no confronto com o mal, autocontrole em inúmeras situações de tentação (conseguindo, como diz Hebreus 4.5, permanecer sem pecado apesar de ter sido tentado em todos os aspectos, como nós o somos) – deixa a maioria das pessoas excluindo-se apenas os mais orgulhos ou ambiciosos, se sentindo como se observassem Ayrton Senna correndo no o GP de Mônaco de 1984. Só que a discrepância é ainda maior.

Além do mais, a sugestão de tomar Jesus como exemplo moral pode ser – e tem sido para alguns – uma forma de manter certa distância, por um lado, a mensagem do reino de Deus e, por outro, o significado da morte e ressurreição de Jesus. Tomá-lo como exemplo supremo de vida pode ser contemplação bem estimulante, mas é basicamente seguro: afasta o desafio muito maior de pensar que Deus talvez esteja mesmo vindo transformar este mundo (que nos inclui) com o poder e a justiça do céu. Ajuda também a fugir do fato que os quatro Evangelhos mostram – a transformação só acontece por meio de eventos chocantes e terríveis a morte de Jesus. Como “exemplo moral” ele é domado, um tipo de mascote religioso. Olhamos para ele com aprovação e decidimos imitá-lo (pelo menos até certo ponto e, sem dúvida, ele nos perdoará o restante, porque é um cara muito decente). Nada disso! Se a única coisa que nos falta é um bom exemplo, nossa situação não pode ser tão ruim como muitos (inclusive o próprio Jesus) dizem.

Vai contra isso toda uma tradição; de Jeremias, com suas advertências quanto ao coração enganador; passando por João Batista, que advertia sobre o machado colocado à raiz da árvore; e Paulo, com a afirmação de que se a justiça fosse alcançada pela Lei o Messias não precisaria morrer; chegando até Ambrósio, Agostinho, Lutero e Kierkegaard e muitos outros. E, claro, o próprio Jesus, que não saiu dizendo: “Olhem como eu faço e me imitem”. Ele chamou: “O reino de Deus está vindo; peguem suas cruzes e me sigam”. Só quando entendermos a diferença entre os dois desafios teremos chegado ao cerne do evangelho e, com isso, ao elemento essencial para o renascimento da virtude.

A grande questão aqui meus amigos não é imitar, mas sim, SEGUIR!!!

terça-feira, 19 de março de 2013

sábado, 18 de agosto de 2012

Sobre o Amor: Onde quer que ele esteja!




Foi com espanto que eu descobri que dia 17 de agosto, foi dia do amor. A comemoração não é comercial: lojas não estavam abarrotadas de pessoas atrás de presentes de última hora. Entretanto, creio há muito o que se refletir sobre a data.

Ainda que pareça estranho a alguém, creio que descobri algo de que poucos se apercebem ao longo de sua passagem pela Terra. Uma espécie de lei fundamental, à qual a humanidade se entrega com um apetite inconcebível. Descobri – ou creio nisso – que a maioria absoluta dos seres humanos perdera completamente a capacidade de amar verdadeiramente, estando presos a uma mesquinhez absurda que, infelizmente, reduz o amor ao mero relacionamento de caráter sexual. Por este motivo, estão se enclausurando num perigoso mundo onde o egoísmo, os anseios materialistas e, principalmente, a ausência de compaixão têm se alastrado com uma rapidez assustadora.

Confesso que tenho muito medo disso. Não obstante, distantes do amor, as pessoas vão, por conseguinte, distanciando-se dos demais valores, justamente porque eles são intrínsecos ao ato de amar. A verdade terrível nos é então revelada: olhamos ao nosso redor e encontramos ódio, desrespeito, solidão, intolerância, amargura, desprezo, humilhação, morte. Isso, meus caros, apenas para começar uma extensa lista de comportamentos destrutivos. Tudo porque não amamos.

O que mais me entristece em tudo isso, sobretudo quando me afasto da minha esfera de convivência e olho o mundo mais amplamente, é perceber que a maioria absoluta dos problemas que temos seria facilmente resolvida com a simples prática do amor. E isso me leva a uma constatação óbvia: o amor está desaparecendo.

Não estranhem esta afirmativa. Apesar de ser considerado imortal, eterno, capaz de vencer as barreiras do tempo do espaço, da vida e da morte, o amor está padecendo de uma doença grave e perdendo seu vigor dia após dia. “Mas como? Eu vejo o amor todos os dias, nas novelas da televisão, nos livros, nas músicas, nos casaizinhos apaixonados nos cinemas, enfim,  eu o vejo a todo o momento. Como pode estar desaparecendo?” É o que você provavelmente deve estar se perguntando ao ler isso.

Suponho, meu caro amigo, que você não conhece o amor que realmente existe. E digo mais: digo que o amor no qual você acredita é, na verdade, pura ilusão. Sim, vivemos constantemente enganados, pensando que amamos, que podemos ver o amor, que podemos registrá-lo nas páginas imortais das letras. Acreditamos, ainda, que os amores literários, os amores das novelas folhetinescas das seis da tarde, os amores das canções românticas, entre outras “produções amorosas”, podem servir de base para a construção de nossos “amorezinhos-perfeitos”, no sentido mais platônico, ingênuo e intelectualoide do termo.  Acabamos, deste modo, por construir outro amor, um amor que, paralelamente ao primeiro, verdadeiro e fundamental,  nada faz além de nos impelir para o abismo do palpável, do visual e, acima de tudo, do volúvel.

É exatamente por este motivo que juramos que vemos o amor todos os dias de nossa vida. Esquecemo-nos, todavia, que o verdadeiro, eterno e sincero amor, aquele todo em letras maiúsculas, não é visível, tampouco palpável. E acabamos cometendo um erro incomensurável, saindo por aí dizendo “eu te amo” para todas as pessoas da face da Terra. E na verdade não amamos.

Um pouco de atenção logo nos faz perceber que amar não depende de ver, aproximar, presentear, doar… nada disso. Amar significa, prioritariamente, sentir. É dentro de cada um de nós que o amor começa, e é somente depois disso que suas manifestações  têm algum sentido. Antes disso, antes do contato com o nosso interior e com o interior do ser amado, nada é  relevante; nenhuma manifestação, nenhum poema, nenhuma prova, nenhuma música, nenhum gesto, nada, nada, nada faz sentido. Conscientizemo-nos de que é necessário aproximar-se da força do amor, seu poder modificador e sua beleza, coisas que são invisíveis, que só podem ser apreciadas através do coração, da alma.

Banalizamos o amor. Nós o transformamos num objeto de consumo, num falso sentimento que prioriza a satisfação de nossos desejos, e não os desejos do outro. Por este motivo, nos tornamos cada vez menos humanos, cada vez mais preocupados com o nosso egocentrismo infantil e cada vez mais distantes da felicidade no seu sentido pleno. Agimos como sanguessugas, uma vez que nos basta absorver o que há de bom nas pessoas que nos rodeiam para nos sentirmos bem; todavia, precisaremos sugar de novo, de novo e de novo e, sem que percebamos, acabaremos matando a fonte de prazer que nos servia… e procuraremos outra, e outra, e outra, e infinitas outras fontes, até que um dia se esvaia finalmente nosso desejo – quando estivermos mortos. Deixaremos, porém, imenso rastro de cadáveres vivos ­– que morreram graças à ânsia egoísta e canibal que chamávamos de amor. Numa coisa, porém, diferimos das sanguessugas: estas, antes de sugar sua vítima, secretam uma substância anestésica que faz com que a dor desapareça. Nós, pelo contrário causamos a dor impiedosamente, e nem sequer nos importamos com nossa vítima; não nos preocupamos com a sua dor – apenas sugamos. Ainda assim, acreditamos que os momentos felizes que conseguimos neste ciclo de violência podem ser chamados de felicidade.

Continuo com a metáfora do “sugar” afirmando que este falso amor que cultivamos nos aproxima, também, dos vampiros. O vampiro morde porque uma vez foi mordido, e assim recebeu o instinto devorador e foi impulsionado a morder, sugar, servir-se da vida do outro.  Assim nós, uma vez usados, uma vez magoados pelo impulso destruidor do amor vampiresco, somos inevitavelmente levados a fazer o mesmo: sugamos, vampirizamos, usamos. Por que? Ora, a resposta é simples. Usamos uns aos outros porque não estamos preparados para amar. Ou porque simplesmente é mais cômodo barganhar sentimentos descompromissadamente, ou  porque nunca conhecemos o verdadeiro significado do amor. E precisamos amar. Sim, nosso corpo e nosso coração nos pedem, inconscientemente, um pouco daquele amor que é capaz de curar feridas incuráveis, acalentar, amenizar a confusão que é a nossa vida.

Que estas palavras nos sirvam como uma reflexão no dia de hoje. Feliz dia do amor – onde quer que ele esteja.

sábado, 14 de julho de 2012

O melhor é esque­cer de nós mesmos

O orgulho é a causa principal da infelicidade em todas as situações e em todas as famílias desde que o mundo foi criado. Os outros vícios podem até mesmo reunir as pessoas, pode haver uma boa camaradagem, risos e piadas entre gente bêbada ou entre devassos, etc. Mas o orgulho sempre significa a inimizade. o afastamento, a separação por se achar melhor que os outros.

Olhando para o passado defrontamos com algo que é, em todos os aspectos, infinitamente superior a nós. Se você não sabe do que eu estou falando e que você não é nada comparado a isso, não sabe absolutamente nada sobre nada. O homem orgulhoso sempre olha de cima para baixo para as outras pessoas e coisas: é claro que, fazendo assim, não pode enxergar o que está acima de si.

Isso levanta uma boa questão. Como podem existir pessoas evidentemente cheias de orgulho que declaram acreditar em Deus e se consideram muitíssimo religiosas? Infelizmente, elas adoram um Deus imaginário. Na teoria, admitem que não são nada comparadas a esse Deus fantasma, mas na prática passam o tempo todo a imaginar o quanto ele as aprova e as considera melhor que ao resto dos comuns mortais. Ou seja, pagam alguns tostões de humildade imaginária para receber uma fortuna de orgulho em relação a seus semelhantes. Suponho que é a esse tipo de gente que Cristo se referia quando dizia que pregariam e expulsariam os demônios em seu nome, mas no final ouviriam dele que jamais os conhecera. Cada um de nós, a todo momento, vê-se diante dessa armadilha mortal. Felizmente, temos como saber se caímos nela ou não. Sempre que constatamos que nossa vida religiosa nos faz pensar que somos bons, sobretudo, que somos melhores que os outros, podemos ter certeza de que estamos agindo como marionetes, não de Deus, mas do orgulho. A verdadeira prova de que somos humildes é se nos esquecermos completamente de nós mesmos ou então seremos como objetos pequenos e sujos. Então, concluo que o melhor é esquecer de nós mesmos. E assim saberemos se somos tão bons o quanto pensamos!!!


segunda-feira, 9 de julho de 2012

O que é que te move?


O que é que te move?

Uma esperança? Uma dor? Um salário fixo? Um Ônibus lotado?

O que te faz levantar da cama todas as manhãs? Um despertador? Um sorriso? Um beijo que te enche de vida daquela pessoa que tira seu fôlego? Os compromissos? As contas? A responsabilidade? A esperança de não pegar aquele Ônibus lotado?

O que faz você se sentir vivo? A aprovação no vestibular? Uma promoção no emprego? Um abraço de fechar os olhos e se entregar? Uma passeio por uma calçada qualquer na companhia de alguém que faz você não ter pressa de chegar a qualquer lugar?

O que te faz querer chegar em casa todos os dias? Aquela novela que todo mundo diz que você deve assistir? Olhar nos olhos de quem realmente importa pra você e não precisar de nenhum apetrexo eletrônico para estarem juntos? Aquela janta gostosa saindo do fogo? Ou só o cansaço de mais um dia de trabalho? O desejo pela cama e dormir um sono profundo para no outro dia… desejar chegar em casa depois de um longo dia de novo?

Às vezes parece mais fácil ir empurrando o lixo pra debaixo do tapete, sabe? E você vai deixando os dias passarem… E vai abstraindo… E parece que tudo voltou ao normal de novo… Mas aí você ouve uma palavra, olha uma imagem, uma circunstância qualquer que traz tudo de volta como um murro no meio da sua cara e você descobre que não estava tão livre assim. Por que o normal às vezes é uma merda.

Tenho aprendido que venho deixando “as coisas passarem” mais do que imaginava, e o que é pior, elas sempre voltam. A diferença é que quando voltam elas não vem como brisas, mas como um furacão.

O que você tem deixado passar?

Uma conversa que precisa ter?

Um posicionamento?

Uma escolha? (Você sabe que empurrar para debaixo do tapete também é uma escolha, né? E sabe também que nenhum tapete será grande o suficiente para todo o lixo da sua vida? Porque sempre que você ou eu deixamos as coisas irem se acumulando, bem, alguém vai ter que lidar com toda sujeira depois.)

Às vezes é hora de deixar ir sim, mas não falo de uma pessoa, como antes dizia, falo de uma ideologia, um pré conceito, uma fábula de que todos os dias tem que ser felizes e saltitantes e que dias com tons de cinza são inaceitáveis.

A vida não é um conto de fadas e às vezes o amor machuca. (Ou seria a idealização do amor?) A liberdade é tirada das pessoas e nunca em toda a história da humanidade houve tantos escravos como existem hoje. A liberdade é ferida. Aquele Messias cheio de esperanças e sonhos que saiu numa noite de quarta feira de dezembro e que deixou um abraço mais demorado na sua mãe não está mais aqui. O que temos para hoje é um Messias calejado e que vive mudando o peso da mala pesada de uma mão para outra.

Mas daí nos vem um Carpinteiro das bandas de Nazaré e nos fala sobre ter por especialidade concertar corações e também sobre um Reino que está por vir… E Ele começa a falar mais sobre esse Reino… E aí Ele começa a falar que esse Reino é real e que está disponível a todo que crê…

O amor e a liberdade podem ser feridos, podem até ser pendurados em uma cruz, mas o Reino sobreviverá e continuará disponível.

Ele continua sendo muito bom em trazer esperança para quem não tem esperança, liberdade para quem está preso na dor do passado, e amor para quem não acha que seja possível amar outra vez.

Eu oro para que mesmo nos seus dias mais cheios, e chatos, e gastos, que mesmo nos dias tons de cinza, você tenha a consciência de que não está sozinho. Que o fato de existir um Deus que faz as manhãs acordarem todos os dias para te encher com o calor do Seu amor mesmo nos dias frios possa te mover e te dar um sentido para estar vivo.

Que apenas sobreviver não seja nem o meu nem o seu normal. Que normal não seja suficiente nem para você nem para mim. Que você assim como eu também possa escolher o extraordinário. E que o extraordinário para nós dois seja viver intensamente essa única vida que nos foi dada!!!

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Deus – Uma Hipótese Desnecessária?



A ciência tem alcançado êxito impressionante na investigação do Universo físico e na elucidação de como ele funciona. A pesquisa científica também levou à erradicação de muitas doenças horríveis e nos deu esperanças de eliminar muitas outras. E a investigação científica alcançou outro efeito numa direção completamente diferente: ela serviu para libertar muita gente de medos supersticiosos. Por exemplo, ninguém precisa mais pensar que um eclipse da Lua é causado por algum demônio assustador, que necessita ser apaziguado. Por tudo isso e por inúmeras outras coisas devemos ser muito gratos.
Porém, em algumas áreas, o próprio sucesso da ciência tem também conduzido à ideia de que, por conseguirmos entender os mecanismos do Universo sem apelar para Deus, podemos concluir com segurança que nunca houve nenhum Deus que projetou e criou este Universo. Todavia, esse raciocínio segue uma falácia lógica comum, que podemos ilustrar como segue.
Tomemos um carro motorizado Ford. É concebível que alguém de uma parte remota do mundo que o visse pela primeira vez e nada soubesse sobre a engenharia moderna pudesse imaginar que existe um deus (o sr. Ford) dentro da máquina, fazendo-a funcionar. Essa pessoa também poderia imaginar que quando o motor funcionava suavemente o sr. Ford gostava dela, e quando ele se recusava a funcionar era porque o sr. Ford não gostava dela. É óbvio que, se em seguida a pessoa passasse a estudar engenharia e desmontasse o motor, ela descobriria que não existe nenhum sr. Ford dentro dele. Tampouco se exigiria muita inteligência da parte dela para ver que não é necessário introduzir o sr. Ford na explicação de funcionamento do motor. Sua compreensão dos princípios impessoais da combustão interna seria mais que suficiente para explicar como o motor funciona. Até aqui, tudo bem. Mas se a pessoa então decidisse que seu entendimento dos princípios do funcionamento do motor tornavam impossível sua crença na existência de um sr. Ford, que foi quem de fato projetou a máquina, isso seria evidentemente falso – na terminologia filosófica ela estaria cometendo um erro de categoria. Se nunca houvesse existido um sr. Ford para projetar os mecanismos, nenhum mecanismo existiria para que a pessoa entendesse.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

E haja luz


“Fazer o bem não importa a quem”, foi a resposta que o Profeta Criolo respondeu no programa da Marilia Gabriela quando questionado sobre sua religião.


Uma vez ouvi que Deus não tem a ver com religião, mas com conexão. E é sobre isso que esse texto fala.


Você já se sentiu assim, conectado com alguma pessoa, algum movimento, algum ideial? Algo pelo que valesse a pena morrer, e mais ainda, algo pelo que valesse a pena viver? Para mim conexão é uma outra palavra para “e os seus olhos foram abertos”.


No Evangelho de Lucas o autor escreve sobre um dia típico onde Jesus estava sendo Jesus pelas ruas de Jericó quando se encontrou com dois cegos pelo caminho que gritavam na tentativa de fazerem com que suas vozes se sobressaíssem em meio a multidão que cercava o Nazareno. De frente para eles Jesus faz aquela que por muito tempo me pareceu a pergunta mais estúpida feita por Jesus: “O que vocês querem que Eu faça?” Como cego eu diria: “VEJA bem, Jesus, nós somos cegos… Que tal nos dar uma audição melhor?” Não me fazia muito sentido uma pergunta daquelas. É igual a perguntar para um aleijado qual o seu maior desejo… “Estava pensando sobre isso e cheguei a conclusão de que um par de moletas da Nike me cairiam muito bem agora”. E essa pergunta feita por Jesus ficou comigo por muito tempo, e eu na minha ignorância zombava dela.


De alguma maneira Jesus sabia que eles precisavam de algo mais além de enxegar as cores e uma postagem confusa como eu e você vemos. Por algum motivo Jesus olhava para um paralítico e via que o que este mais precisava era ter o perdão dos seus pecados do que a cura do seu corpo. Não que o corpo não seja importante pra Ele, ele é, tanto que o mesmo saiu carregando a cama onde outrora havia sido carregado. Mas é certo que Jesus tem pensamentos e caminhos maiores que os nossos.


A pergunta feita é a seguinte: “O que você quer que Eu te faça?” Senhor, nós queremos ver. E foi isso que aconteceu.


Acredito que todo milagre é feito para gerar um outro milagre. Os olhos deles foram abertos não só para que eles pudessem vislumbrar as paisagens da Palestina, mas também para que eles pudessem servir de testemunha de que o Reino estava ali. Está aqui.


Me vem a mente algumas pessoas que tiveram seus olhos abertos e não se contentaram em apenas ver a realidade que os cercava, mas lutaram para alterá-la, algumas dando suas próprias vidas pela causa em que acreditavam.


Liev Tolstói é um desses caras que teve seus olhos abertos, fato que o levou a escrever “O Reino de Deus está em vós”, livro que trata sobre o Reino ser estabelecido aqui na terra através das nossas ações diárias e sobre a luta contra a violência e a corrupção. Esse livro teve grande impacto sobre a vida do advogado indiano Mahatma Gandhi que teve seus olhos abertos após sua leitura e o fez dar sua vida pela luta contra o sistema de castas que imperava sobre a India, um sistema que privilegiava uma menoria e desgraçava toda uma nação. (Será que vemos algo assim pelo nosso país hoje em dia?) Martin Luther Kink Jr. e Nelson Mandela também tiveram seus olhos abertos pelos ideais do Gandhi. E a lista não para por ai. Rosa Parkes, Agnes Gonxha Bojaxhiu, Patch Adams, Bono, Brennan Manning, Rob Bell, Matt Chandler, Luciana Elaiuy, Maelyson Rolim, Ruben da Silva e outros tantos nomes que trazem suas histórias desconhecidas pela maioria das pessoas. Essas pessoas tiveram seus olhos abertos e com isso obtiveram a consciência de que as realidades que viviam e que vivem podem sim ser alteradas.


Quando a vista é dada a um cego esperasse que ele leve sua vida para mostrar ao mundo que há beleza em meio ao caos, que flores podem nascer no meio do asfalto, que a dor tem mais a ver com o amor do que com qualquer outra coisa. O médico e revolucionario Patch Adams fala que nos Estados Unidos apenas 10% da populção gasta tempo para pensar e que é o dever destes levaram os outros 90% preguiçosos à consicência. (Quantos por centos você acha que chega uma nação que está mais interessada no caso da Xuxa do que no Cachoeira?)


Você entende que isso é muito mais do que ficar reclamando da política, da qualidade do sistema público de saúde ou da educação do nosso país? Entende que isso é maior do que reclamar do metrô lotado de cada dia? Ouvi de um sábio “Não grite, melhore seus argumentos”. Eu acho que tem muita gente gritando por ai, mas deixando a desejar no que diz respeito a defesa do que acreditam. Você já parou para pensar que, por exemplo, o dinheiro que está sendo investido na Copa do Mundo de 2014 são recursos que saem do seu e do meu bolso e deveriam ir para educação, saúde, transportes? Morando hoje em São Paulo e todos os dias tendo que pegar hora um trem hora um metrô muito (MUITO) lotado para chegar no trabalho eu vejo que aqueles oito vagões são insuficientes. Por que não 12 vagões? Por que não 18? É possível aumentar o número de vagões e o tamanho das estações. Há recursos para isso! Há uma maneira de fazer com que a Marginal Pinheiros deixe de feder a merda por conta daquilo que um dia foi um rio e que hoje é um grande canal, assim como foi feito anos atrás no Rio Tamisa, em Londres. Aposto que os quatro vagões do metrô de Recife também deixam os que necessitam a desejar. Só falta vontade. Falta movimento.


E você não precisa ser presidente ou presidenta para mudar alguma coisa. Você pode começar no caminho de casa para o trabalho e/ou faculdade/escola dando um bom dia, boa tarde e boa noite realmente desejando que a outra pessoa tenha um bom dia, uma boa tarde e uma boa noite. Você pode perguntar como uma pessoa está realmente desejando saber como ela está. Você pode sorrir mais. Eu digo sorrir, não mostrar os dentes como um cão raivoso. Ser mais cordial com as pessoas é sempre uma boa pedida. Gentliza gera gentileza, como está escrito em algumas camisas por ai. Seria bom que essas palavras fossem escritas em alguns corações também.


Eu desejo que você e eu tenhamos nossos olhos abertos a cada manhã e independente do transporte que vamos pegar para sair de casa que a gente possa trazer o Reino para as pessoas, portadoras do Reino, incluindo para as pessoas dentro da nossa própria casa (porque as vezes é mais fácil ter amigos e amigas na rua do que em casa). As vezes o Reino chega através de um sorriso. As vezes o Reino surge no meio de um abraço. E todas as vezes o Reino se faz presente quando alguém que era cego começa a enxergar a luz.


Deus está.

sábado, 26 de maio de 2012

Vida oculta


O famoso tratado de Martinho Lutero The Freedom of the Christian [A liberdade do cristão] atinge seu ápice quando ele conclui:

“Um cristão não vive em si mesmo, mas em Cristo e no próximo. Caso contrário, ele não é cristão. Ele vive em Cristo pela fé, no próximo pelo amor. Pela fé ele é arrebatado para além de si mesmo em Deus. Pelo amor ele desce ao nível do próximo. No entanto, ele sempre permanece em Deus e seu amor.”

Ser cristão é, num certo sentido, ser deslocado. Um cristão não vive em si mesmo; vive fora de si – em Deus e no próximo. Reflitamos um momento sobre o primeiro e mais importante deslocamento, sobre viver pela fé “em Deus” ou ser “arrebatado” e colocado “em Deus”. Isso para Lutero é duplamente significativo. Primeiro liberta as pessoas da pressão de ter de conseguir as boas graças de Deus por meio do que elas fazem. Essa ideia está no cerne da explicação de Lutero sobre a salvação. Segundo sua tese não é que aquilo que as pessoas fazem não tem importância: tem profunda importância – para Deus, para o próximo e para elas mesmas. Todavia, nada do que elas fazem muda o fato de que Deus as ama e, se elas confiam em Deus, ele as recriará como novas criaturas, libertas de culpa e capazes de amar aos outros.

Sermos “arrebatados para além” de nós mesmos e colocados “em Deus” é significativo para Lutero também por outro motivo. Por trás de sua explicação de como Deus salva os seres humanos está a explicação de quem os seres humanos são. Não somos feitos, nem desfeitos, por aquilo que fazemos ou que os outros nos fazem. O essencial de nossa identidade não está em nossas mãos, mas nas mãos de Deus. Somos nós mesmos, no sentido mais próprio das palavras, porque Deus está em nós e nós em Deus. Sem dúvida, o que nós ou outros inscrevemos em nossas almas e no corpo nos marca e ajuda a moldar quem somos. Todavia, isso não tem poder para nos definir. O amor de Deus por nós, na verdade, a presença de Deus em nós e o fato de sermos “arrebatados para além” de nós mesmos e colocados “em Deus” nos define do modo mais fundamental como seres humanos e como indivíduos.