sábado, 18 de agosto de 2012

Sobre o Amor: Onde quer que ele esteja!




Foi com espanto que eu descobri que dia 17 de agosto, foi dia do amor. A comemoração não é comercial: lojas não estavam abarrotadas de pessoas atrás de presentes de última hora. Entretanto, creio há muito o que se refletir sobre a data.

Ainda que pareça estranho a alguém, creio que descobri algo de que poucos se apercebem ao longo de sua passagem pela Terra. Uma espécie de lei fundamental, à qual a humanidade se entrega com um apetite inconcebível. Descobri – ou creio nisso – que a maioria absoluta dos seres humanos perdera completamente a capacidade de amar verdadeiramente, estando presos a uma mesquinhez absurda que, infelizmente, reduz o amor ao mero relacionamento de caráter sexual. Por este motivo, estão se enclausurando num perigoso mundo onde o egoísmo, os anseios materialistas e, principalmente, a ausência de compaixão têm se alastrado com uma rapidez assustadora.

Confesso que tenho muito medo disso. Não obstante, distantes do amor, as pessoas vão, por conseguinte, distanciando-se dos demais valores, justamente porque eles são intrínsecos ao ato de amar. A verdade terrível nos é então revelada: olhamos ao nosso redor e encontramos ódio, desrespeito, solidão, intolerância, amargura, desprezo, humilhação, morte. Isso, meus caros, apenas para começar uma extensa lista de comportamentos destrutivos. Tudo porque não amamos.

O que mais me entristece em tudo isso, sobretudo quando me afasto da minha esfera de convivência e olho o mundo mais amplamente, é perceber que a maioria absoluta dos problemas que temos seria facilmente resolvida com a simples prática do amor. E isso me leva a uma constatação óbvia: o amor está desaparecendo.

Não estranhem esta afirmativa. Apesar de ser considerado imortal, eterno, capaz de vencer as barreiras do tempo do espaço, da vida e da morte, o amor está padecendo de uma doença grave e perdendo seu vigor dia após dia. “Mas como? Eu vejo o amor todos os dias, nas novelas da televisão, nos livros, nas músicas, nos casaizinhos apaixonados nos cinemas, enfim,  eu o vejo a todo o momento. Como pode estar desaparecendo?” É o que você provavelmente deve estar se perguntando ao ler isso.

Suponho, meu caro amigo, que você não conhece o amor que realmente existe. E digo mais: digo que o amor no qual você acredita é, na verdade, pura ilusão. Sim, vivemos constantemente enganados, pensando que amamos, que podemos ver o amor, que podemos registrá-lo nas páginas imortais das letras. Acreditamos, ainda, que os amores literários, os amores das novelas folhetinescas das seis da tarde, os amores das canções românticas, entre outras “produções amorosas”, podem servir de base para a construção de nossos “amorezinhos-perfeitos”, no sentido mais platônico, ingênuo e intelectualoide do termo.  Acabamos, deste modo, por construir outro amor, um amor que, paralelamente ao primeiro, verdadeiro e fundamental,  nada faz além de nos impelir para o abismo do palpável, do visual e, acima de tudo, do volúvel.

É exatamente por este motivo que juramos que vemos o amor todos os dias de nossa vida. Esquecemo-nos, todavia, que o verdadeiro, eterno e sincero amor, aquele todo em letras maiúsculas, não é visível, tampouco palpável. E acabamos cometendo um erro incomensurável, saindo por aí dizendo “eu te amo” para todas as pessoas da face da Terra. E na verdade não amamos.

Um pouco de atenção logo nos faz perceber que amar não depende de ver, aproximar, presentear, doar… nada disso. Amar significa, prioritariamente, sentir. É dentro de cada um de nós que o amor começa, e é somente depois disso que suas manifestações  têm algum sentido. Antes disso, antes do contato com o nosso interior e com o interior do ser amado, nada é  relevante; nenhuma manifestação, nenhum poema, nenhuma prova, nenhuma música, nenhum gesto, nada, nada, nada faz sentido. Conscientizemo-nos de que é necessário aproximar-se da força do amor, seu poder modificador e sua beleza, coisas que são invisíveis, que só podem ser apreciadas através do coração, da alma.

Banalizamos o amor. Nós o transformamos num objeto de consumo, num falso sentimento que prioriza a satisfação de nossos desejos, e não os desejos do outro. Por este motivo, nos tornamos cada vez menos humanos, cada vez mais preocupados com o nosso egocentrismo infantil e cada vez mais distantes da felicidade no seu sentido pleno. Agimos como sanguessugas, uma vez que nos basta absorver o que há de bom nas pessoas que nos rodeiam para nos sentirmos bem; todavia, precisaremos sugar de novo, de novo e de novo e, sem que percebamos, acabaremos matando a fonte de prazer que nos servia… e procuraremos outra, e outra, e outra, e infinitas outras fontes, até que um dia se esvaia finalmente nosso desejo – quando estivermos mortos. Deixaremos, porém, imenso rastro de cadáveres vivos ­– que morreram graças à ânsia egoísta e canibal que chamávamos de amor. Numa coisa, porém, diferimos das sanguessugas: estas, antes de sugar sua vítima, secretam uma substância anestésica que faz com que a dor desapareça. Nós, pelo contrário causamos a dor impiedosamente, e nem sequer nos importamos com nossa vítima; não nos preocupamos com a sua dor – apenas sugamos. Ainda assim, acreditamos que os momentos felizes que conseguimos neste ciclo de violência podem ser chamados de felicidade.

Continuo com a metáfora do “sugar” afirmando que este falso amor que cultivamos nos aproxima, também, dos vampiros. O vampiro morde porque uma vez foi mordido, e assim recebeu o instinto devorador e foi impulsionado a morder, sugar, servir-se da vida do outro.  Assim nós, uma vez usados, uma vez magoados pelo impulso destruidor do amor vampiresco, somos inevitavelmente levados a fazer o mesmo: sugamos, vampirizamos, usamos. Por que? Ora, a resposta é simples. Usamos uns aos outros porque não estamos preparados para amar. Ou porque simplesmente é mais cômodo barganhar sentimentos descompromissadamente, ou  porque nunca conhecemos o verdadeiro significado do amor. E precisamos amar. Sim, nosso corpo e nosso coração nos pedem, inconscientemente, um pouco daquele amor que é capaz de curar feridas incuráveis, acalentar, amenizar a confusão que é a nossa vida.

Que estas palavras nos sirvam como uma reflexão no dia de hoje. Feliz dia do amor – onde quer que ele esteja.

sábado, 14 de julho de 2012

O melhor é esque­cer de nós mesmos

O orgulho é a causa principal da infelicidade em todas as situações e em todas as famílias desde que o mundo foi criado. Os outros vícios podem até mesmo reunir as pessoas, pode haver uma boa camaradagem, risos e piadas entre gente bêbada ou entre devassos, etc. Mas o orgulho sempre significa a inimizade. o afastamento, a separação por se achar melhor que os outros.

Olhando para o passado defrontamos com algo que é, em todos os aspectos, infinitamente superior a nós. Se você não sabe do que eu estou falando e que você não é nada comparado a isso, não sabe absolutamente nada sobre nada. O homem orgulhoso sempre olha de cima para baixo para as outras pessoas e coisas: é claro que, fazendo assim, não pode enxergar o que está acima de si.

Isso levanta uma boa questão. Como podem existir pessoas evidentemente cheias de orgulho que declaram acreditar em Deus e se consideram muitíssimo religiosas? Infelizmente, elas adoram um Deus imaginário. Na teoria, admitem que não são nada comparadas a esse Deus fantasma, mas na prática passam o tempo todo a imaginar o quanto ele as aprova e as considera melhor que ao resto dos comuns mortais. Ou seja, pagam alguns tostões de humildade imaginária para receber uma fortuna de orgulho em relação a seus semelhantes. Suponho que é a esse tipo de gente que Cristo se referia quando dizia que pregariam e expulsariam os demônios em seu nome, mas no final ouviriam dele que jamais os conhecera. Cada um de nós, a todo momento, vê-se diante dessa armadilha mortal. Felizmente, temos como saber se caímos nela ou não. Sempre que constatamos que nossa vida religiosa nos faz pensar que somos bons, sobretudo, que somos melhores que os outros, podemos ter certeza de que estamos agindo como marionetes, não de Deus, mas do orgulho. A verdadeira prova de que somos humildes é se nos esquecermos completamente de nós mesmos ou então seremos como objetos pequenos e sujos. Então, concluo que o melhor é esquecer de nós mesmos. E assim saberemos se somos tão bons o quanto pensamos!!!


segunda-feira, 9 de julho de 2012

O que é que te move?


O que é que te move?

Uma esperança? Uma dor? Um salário fixo? Um Ônibus lotado?

O que te faz levantar da cama todas as manhãs? Um despertador? Um sorriso? Um beijo que te enche de vida daquela pessoa que tira seu fôlego? Os compromissos? As contas? A responsabilidade? A esperança de não pegar aquele Ônibus lotado?

O que faz você se sentir vivo? A aprovação no vestibular? Uma promoção no emprego? Um abraço de fechar os olhos e se entregar? Uma passeio por uma calçada qualquer na companhia de alguém que faz você não ter pressa de chegar a qualquer lugar?

O que te faz querer chegar em casa todos os dias? Aquela novela que todo mundo diz que você deve assistir? Olhar nos olhos de quem realmente importa pra você e não precisar de nenhum apetrexo eletrônico para estarem juntos? Aquela janta gostosa saindo do fogo? Ou só o cansaço de mais um dia de trabalho? O desejo pela cama e dormir um sono profundo para no outro dia… desejar chegar em casa depois de um longo dia de novo?

Às vezes parece mais fácil ir empurrando o lixo pra debaixo do tapete, sabe? E você vai deixando os dias passarem… E vai abstraindo… E parece que tudo voltou ao normal de novo… Mas aí você ouve uma palavra, olha uma imagem, uma circunstância qualquer que traz tudo de volta como um murro no meio da sua cara e você descobre que não estava tão livre assim. Por que o normal às vezes é uma merda.

Tenho aprendido que venho deixando “as coisas passarem” mais do que imaginava, e o que é pior, elas sempre voltam. A diferença é que quando voltam elas não vem como brisas, mas como um furacão.

O que você tem deixado passar?

Uma conversa que precisa ter?

Um posicionamento?

Uma escolha? (Você sabe que empurrar para debaixo do tapete também é uma escolha, né? E sabe também que nenhum tapete será grande o suficiente para todo o lixo da sua vida? Porque sempre que você ou eu deixamos as coisas irem se acumulando, bem, alguém vai ter que lidar com toda sujeira depois.)

Às vezes é hora de deixar ir sim, mas não falo de uma pessoa, como antes dizia, falo de uma ideologia, um pré conceito, uma fábula de que todos os dias tem que ser felizes e saltitantes e que dias com tons de cinza são inaceitáveis.

A vida não é um conto de fadas e às vezes o amor machuca. (Ou seria a idealização do amor?) A liberdade é tirada das pessoas e nunca em toda a história da humanidade houve tantos escravos como existem hoje. A liberdade é ferida. Aquele Messias cheio de esperanças e sonhos que saiu numa noite de quarta feira de dezembro e que deixou um abraço mais demorado na sua mãe não está mais aqui. O que temos para hoje é um Messias calejado e que vive mudando o peso da mala pesada de uma mão para outra.

Mas daí nos vem um Carpinteiro das bandas de Nazaré e nos fala sobre ter por especialidade concertar corações e também sobre um Reino que está por vir… E Ele começa a falar mais sobre esse Reino… E aí Ele começa a falar que esse Reino é real e que está disponível a todo que crê…

O amor e a liberdade podem ser feridos, podem até ser pendurados em uma cruz, mas o Reino sobreviverá e continuará disponível.

Ele continua sendo muito bom em trazer esperança para quem não tem esperança, liberdade para quem está preso na dor do passado, e amor para quem não acha que seja possível amar outra vez.

Eu oro para que mesmo nos seus dias mais cheios, e chatos, e gastos, que mesmo nos dias tons de cinza, você tenha a consciência de que não está sozinho. Que o fato de existir um Deus que faz as manhãs acordarem todos os dias para te encher com o calor do Seu amor mesmo nos dias frios possa te mover e te dar um sentido para estar vivo.

Que apenas sobreviver não seja nem o meu nem o seu normal. Que normal não seja suficiente nem para você nem para mim. Que você assim como eu também possa escolher o extraordinário. E que o extraordinário para nós dois seja viver intensamente essa única vida que nos foi dada!!!

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Deus – Uma Hipótese Desnecessária?



A ciência tem alcançado êxito impressionante na investigação do Universo físico e na elucidação de como ele funciona. A pesquisa científica também levou à erradicação de muitas doenças horríveis e nos deu esperanças de eliminar muitas outras. E a investigação científica alcançou outro efeito numa direção completamente diferente: ela serviu para libertar muita gente de medos supersticiosos. Por exemplo, ninguém precisa mais pensar que um eclipse da Lua é causado por algum demônio assustador, que necessita ser apaziguado. Por tudo isso e por inúmeras outras coisas devemos ser muito gratos.
Porém, em algumas áreas, o próprio sucesso da ciência tem também conduzido à ideia de que, por conseguirmos entender os mecanismos do Universo sem apelar para Deus, podemos concluir com segurança que nunca houve nenhum Deus que projetou e criou este Universo. Todavia, esse raciocínio segue uma falácia lógica comum, que podemos ilustrar como segue.
Tomemos um carro motorizado Ford. É concebível que alguém de uma parte remota do mundo que o visse pela primeira vez e nada soubesse sobre a engenharia moderna pudesse imaginar que existe um deus (o sr. Ford) dentro da máquina, fazendo-a funcionar. Essa pessoa também poderia imaginar que quando o motor funcionava suavemente o sr. Ford gostava dela, e quando ele se recusava a funcionar era porque o sr. Ford não gostava dela. É óbvio que, se em seguida a pessoa passasse a estudar engenharia e desmontasse o motor, ela descobriria que não existe nenhum sr. Ford dentro dele. Tampouco se exigiria muita inteligência da parte dela para ver que não é necessário introduzir o sr. Ford na explicação de funcionamento do motor. Sua compreensão dos princípios impessoais da combustão interna seria mais que suficiente para explicar como o motor funciona. Até aqui, tudo bem. Mas se a pessoa então decidisse que seu entendimento dos princípios do funcionamento do motor tornavam impossível sua crença na existência de um sr. Ford, que foi quem de fato projetou a máquina, isso seria evidentemente falso – na terminologia filosófica ela estaria cometendo um erro de categoria. Se nunca houvesse existido um sr. Ford para projetar os mecanismos, nenhum mecanismo existiria para que a pessoa entendesse.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

E haja luz


“Fazer o bem não importa a quem”, foi a resposta que o Profeta Criolo respondeu no programa da Marilia Gabriela quando questionado sobre sua religião.


Uma vez ouvi que Deus não tem a ver com religião, mas com conexão. E é sobre isso que esse texto fala.


Você já se sentiu assim, conectado com alguma pessoa, algum movimento, algum ideial? Algo pelo que valesse a pena morrer, e mais ainda, algo pelo que valesse a pena viver? Para mim conexão é uma outra palavra para “e os seus olhos foram abertos”.


No Evangelho de Lucas o autor escreve sobre um dia típico onde Jesus estava sendo Jesus pelas ruas de Jericó quando se encontrou com dois cegos pelo caminho que gritavam na tentativa de fazerem com que suas vozes se sobressaíssem em meio a multidão que cercava o Nazareno. De frente para eles Jesus faz aquela que por muito tempo me pareceu a pergunta mais estúpida feita por Jesus: “O que vocês querem que Eu faça?” Como cego eu diria: “VEJA bem, Jesus, nós somos cegos… Que tal nos dar uma audição melhor?” Não me fazia muito sentido uma pergunta daquelas. É igual a perguntar para um aleijado qual o seu maior desejo… “Estava pensando sobre isso e cheguei a conclusão de que um par de moletas da Nike me cairiam muito bem agora”. E essa pergunta feita por Jesus ficou comigo por muito tempo, e eu na minha ignorância zombava dela.


De alguma maneira Jesus sabia que eles precisavam de algo mais além de enxegar as cores e uma postagem confusa como eu e você vemos. Por algum motivo Jesus olhava para um paralítico e via que o que este mais precisava era ter o perdão dos seus pecados do que a cura do seu corpo. Não que o corpo não seja importante pra Ele, ele é, tanto que o mesmo saiu carregando a cama onde outrora havia sido carregado. Mas é certo que Jesus tem pensamentos e caminhos maiores que os nossos.


A pergunta feita é a seguinte: “O que você quer que Eu te faça?” Senhor, nós queremos ver. E foi isso que aconteceu.


Acredito que todo milagre é feito para gerar um outro milagre. Os olhos deles foram abertos não só para que eles pudessem vislumbrar as paisagens da Palestina, mas também para que eles pudessem servir de testemunha de que o Reino estava ali. Está aqui.


Me vem a mente algumas pessoas que tiveram seus olhos abertos e não se contentaram em apenas ver a realidade que os cercava, mas lutaram para alterá-la, algumas dando suas próprias vidas pela causa em que acreditavam.


Liev Tolstói é um desses caras que teve seus olhos abertos, fato que o levou a escrever “O Reino de Deus está em vós”, livro que trata sobre o Reino ser estabelecido aqui na terra através das nossas ações diárias e sobre a luta contra a violência e a corrupção. Esse livro teve grande impacto sobre a vida do advogado indiano Mahatma Gandhi que teve seus olhos abertos após sua leitura e o fez dar sua vida pela luta contra o sistema de castas que imperava sobre a India, um sistema que privilegiava uma menoria e desgraçava toda uma nação. (Será que vemos algo assim pelo nosso país hoje em dia?) Martin Luther Kink Jr. e Nelson Mandela também tiveram seus olhos abertos pelos ideais do Gandhi. E a lista não para por ai. Rosa Parkes, Agnes Gonxha Bojaxhiu, Patch Adams, Bono, Brennan Manning, Rob Bell, Matt Chandler, Luciana Elaiuy, Maelyson Rolim, Ruben da Silva e outros tantos nomes que trazem suas histórias desconhecidas pela maioria das pessoas. Essas pessoas tiveram seus olhos abertos e com isso obtiveram a consciência de que as realidades que viviam e que vivem podem sim ser alteradas.


Quando a vista é dada a um cego esperasse que ele leve sua vida para mostrar ao mundo que há beleza em meio ao caos, que flores podem nascer no meio do asfalto, que a dor tem mais a ver com o amor do que com qualquer outra coisa. O médico e revolucionario Patch Adams fala que nos Estados Unidos apenas 10% da populção gasta tempo para pensar e que é o dever destes levaram os outros 90% preguiçosos à consicência. (Quantos por centos você acha que chega uma nação que está mais interessada no caso da Xuxa do que no Cachoeira?)


Você entende que isso é muito mais do que ficar reclamando da política, da qualidade do sistema público de saúde ou da educação do nosso país? Entende que isso é maior do que reclamar do metrô lotado de cada dia? Ouvi de um sábio “Não grite, melhore seus argumentos”. Eu acho que tem muita gente gritando por ai, mas deixando a desejar no que diz respeito a defesa do que acreditam. Você já parou para pensar que, por exemplo, o dinheiro que está sendo investido na Copa do Mundo de 2014 são recursos que saem do seu e do meu bolso e deveriam ir para educação, saúde, transportes? Morando hoje em São Paulo e todos os dias tendo que pegar hora um trem hora um metrô muito (MUITO) lotado para chegar no trabalho eu vejo que aqueles oito vagões são insuficientes. Por que não 12 vagões? Por que não 18? É possível aumentar o número de vagões e o tamanho das estações. Há recursos para isso! Há uma maneira de fazer com que a Marginal Pinheiros deixe de feder a merda por conta daquilo que um dia foi um rio e que hoje é um grande canal, assim como foi feito anos atrás no Rio Tamisa, em Londres. Aposto que os quatro vagões do metrô de Recife também deixam os que necessitam a desejar. Só falta vontade. Falta movimento.


E você não precisa ser presidente ou presidenta para mudar alguma coisa. Você pode começar no caminho de casa para o trabalho e/ou faculdade/escola dando um bom dia, boa tarde e boa noite realmente desejando que a outra pessoa tenha um bom dia, uma boa tarde e uma boa noite. Você pode perguntar como uma pessoa está realmente desejando saber como ela está. Você pode sorrir mais. Eu digo sorrir, não mostrar os dentes como um cão raivoso. Ser mais cordial com as pessoas é sempre uma boa pedida. Gentliza gera gentileza, como está escrito em algumas camisas por ai. Seria bom que essas palavras fossem escritas em alguns corações também.


Eu desejo que você e eu tenhamos nossos olhos abertos a cada manhã e independente do transporte que vamos pegar para sair de casa que a gente possa trazer o Reino para as pessoas, portadoras do Reino, incluindo para as pessoas dentro da nossa própria casa (porque as vezes é mais fácil ter amigos e amigas na rua do que em casa). As vezes o Reino chega através de um sorriso. As vezes o Reino surge no meio de um abraço. E todas as vezes o Reino se faz presente quando alguém que era cego começa a enxergar a luz.


Deus está.

sábado, 26 de maio de 2012

Vida oculta


O famoso tratado de Martinho Lutero The Freedom of the Christian [A liberdade do cristão] atinge seu ápice quando ele conclui:

“Um cristão não vive em si mesmo, mas em Cristo e no próximo. Caso contrário, ele não é cristão. Ele vive em Cristo pela fé, no próximo pelo amor. Pela fé ele é arrebatado para além de si mesmo em Deus. Pelo amor ele desce ao nível do próximo. No entanto, ele sempre permanece em Deus e seu amor.”

Ser cristão é, num certo sentido, ser deslocado. Um cristão não vive em si mesmo; vive fora de si – em Deus e no próximo. Reflitamos um momento sobre o primeiro e mais importante deslocamento, sobre viver pela fé “em Deus” ou ser “arrebatado” e colocado “em Deus”. Isso para Lutero é duplamente significativo. Primeiro liberta as pessoas da pressão de ter de conseguir as boas graças de Deus por meio do que elas fazem. Essa ideia está no cerne da explicação de Lutero sobre a salvação. Segundo sua tese não é que aquilo que as pessoas fazem não tem importância: tem profunda importância – para Deus, para o próximo e para elas mesmas. Todavia, nada do que elas fazem muda o fato de que Deus as ama e, se elas confiam em Deus, ele as recriará como novas criaturas, libertas de culpa e capazes de amar aos outros.

Sermos “arrebatados para além” de nós mesmos e colocados “em Deus” é significativo para Lutero também por outro motivo. Por trás de sua explicação de como Deus salva os seres humanos está a explicação de quem os seres humanos são. Não somos feitos, nem desfeitos, por aquilo que fazemos ou que os outros nos fazem. O essencial de nossa identidade não está em nossas mãos, mas nas mãos de Deus. Somos nós mesmos, no sentido mais próprio das palavras, porque Deus está em nós e nós em Deus. Sem dúvida, o que nós ou outros inscrevemos em nossas almas e no corpo nos marca e ajuda a moldar quem somos. Todavia, isso não tem poder para nos definir. O amor de Deus por nós, na verdade, a presença de Deus em nós e o fato de sermos “arrebatados para além” de nós mesmos e colocados “em Deus” nos define do modo mais fundamental como seres humanos e como indivíduos.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Rabiscando na areia


Foi arte e foi teatro ao mesmo tempo, mas foi ainda mais. Foi o que Ele não disse que falou mais poderosamente à turba naquela manhã. Foi como um copo de água fria para uma adúltera sedenta e um jato de água fria no rosto para um grupo de fariseus furiosos.
Até hoje não temos a menor idéia do que Jesus rabiscou duas vezes na areia. Em geral tem-se feito a pergunta errada através dos séculos. Trabalha-se no conteúdo sobre o que ele poderia ter escrito. Pergunta-se o quê sem sequer perceber-se que a verdadeira pergunta deveria ser por quê? Não é o conteúdo que importa, mas o porquê de Ele ter feito isso. Inesperado. Irritante. Criativo.
Eles estavam furiosos, é claro — com Jesus e com a mulher. (Por tudo o que sabemos, eles devem ter armado para que ela fosse pega). Arrastaram-na até o pátio do templo, interrompendo sabe-se lá qual lição brilhante que Jesus estava dando.
Você conhece a história. “Tu, pois, que dizes?” — eles lhe perguntaram, com a falsa reverência à qual Ele havia se acostumado com o tempo.
Mas Jesus não disse nada. Nenhuma sílaba. Em vez disso, agachou-se e “escreveu” algo com o dedo na areia sagrada do templo.
Os escribas e fariseus não podiam suportar seu silêncio pensativo, e continuaram incitando-o com perguntas.
Jesus finalmente quebrou o terrível silêncio. Erguendo-se uma vez mais, deixando de lado seus rabiscos, Ele deu, em apenas quatorze palavras, um resumo de sabedoria e compaixão que conferiu a forma perfeita à sua vida (e que pode fazer o mesmo com a nossa): “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (Jo 8.7).
Ele, então, voltou à atividade. Aquele que havia desenhado as galáxias com o mesmo dedo, agachou-se como um aluno, sua língua talvez dobrando-se no canto da boca, escrevendo mais uma vez aquelas palavras pelas quais daríamos um tesouro para saber quais foram, mas que nunca saberemos.
O que Jesus fez naquela manhã criou um espaço no tempo, que permitiu que a turba furiosa se acalmasse, ouvisse sua palavra, pensasse finalmente a respeito dela, fosse convencida e respondesse a ela — ou não. Fez com que o tempo se aquietasse. Foi original. Foi inesperado. Foi uma resposta ao barulho e à confusão, e a toda a intensa atividade ao seu redor, ainda que Ele mesmo não estivesse nem um pouco incomodado pelo barulho. Pelo contrário, o ato de Jesus criou uma moldura em torno do silêncio — o tipo de silêncio a partir do qual Deus fala ao coração. Em resumo, foi um ato supremo de criatividade. Foi arte.
Aparentemente, a forma e até mesmo o conteúdo não foram o que na verdade importou, não tanto quanto o fato de que, por um momento, o barulho cessou e a atenção de todos concentrou-se em outro lugar. Naquele momento, todos ao redor aprenderam que o seu mundo não era o único mundo que existia. E, assim, foram liberados. Isso também é arte.
Nossos livros minuciosos, nossos quadros grandiosos, nossas sinfonias majestosas, toda a arte até hoje feita em seu nome desde aquele dia, não podem esperar ser mais e não devem permitir-se ser menos do que os rabiscos de Jesus na areia naquela manhã. Se aquilo que criamos, escrevemos, dançamos ou cantamos pode abrir tamanho espaço no tempo por meio do qual Deus pode falar, imagine as possibilidades! A pintura pode tornar-se uma janela através da qual um mundo confuso olha e vê a ordem sadia da criação de Deus. A música pode tornar-se um eco orquestrado da voz que os ouvidos cansados da humanidade há séculos têm ansiado ouvir. Essa é arte por meio da qual Deus é visto e ouvido, na qual Ele é encarnado, é “detalhado” em pintura e tinta, em pedra, em movimento criativo. Do ponto de vista cinza e vazio do mundo caído, são apenas arranhões e rabiscos na areia, mas, à luz da eternidade, tornam-se o ensejo para a revelação divina. O que mais poderíamos esperar, e, uma vez tendo visto esta nova possibilidade, como poderíamos nos conformar com menos?

domingo, 8 de abril de 2012

Porque Lembrar é Ser


O ser humano é aquele que se lembra. É porque temos memória que temos identidade. O animal pode ser algo diferente a cada momento em que acorda de novo sem nem mesmo saber a razão da mudança, pois ele não carrega o seu passado consigo. Ele não pensa sobre o seu passado, sobre o que foi, e a relação disso com o que ele é, e com o que ele será amanhã. Mas o ser humano não é assim.
O ser humano é feito de uma fusão, em sua consciência presente, do passado que ele foi e do futuro que ele quer ser. O ser humano tem consciência de sua temporalidade. É por isso que temos tradições e temos história pessoal, e nos lembramos de “quando eu tinha dez anos…”. É por isso também que a gente muda – é porque decidimos ser diferentes do que fomos antes, em muitos aspectos.
Mas há coisas que desejamos esquecer; às vezes legitimamente, às vezes não. E há uma coisa que o mundo contemporâneo gostaria de esquecer a qualquer custo: a morte e a ressurreição de Jesus. A Cruz é o testemunho cravado bem no meio da estrada da história de que o homem tomou a direção errada e de que Deus apareceu para corrigi-la. Na maior parte do tempo as pessoas se desligam do fato, mas precisamos lembrá-las, e precisamos lembrar a nós mesmos de que o sentido e o fim da história já foram revelados, de que a nossa vida já foi iluminada, explicada e avaliada pela Cruz.
Doravante é inautêntico e falso tentar viver como se nada tivesse acontecido. Seria como continuar dançando alegremente no salão de festas do Titanic enquanto o navio afunda. A verdade sobre quem nós somos e sobre o julgamento do mundo já foi desvendada, assim como a verdade sobre a presença de Deus e a redenção em Jesus.
Isso significa que precisamos nos lembrar sempre desse grande evento: diariamente, semanalmente, e anualmente. Não para relembrar um fato externo a nós apenas, mas também para relembrar a verdade sobre a nossa condição interna, sobre quem nós realmente somos.
Ter um período do ano totalmente dedicado à reflexão sobre a última ceia, o sofrimento, a morte e a ressurreição de Jesus nos ajuda a lembrar porque é que somos cristãos, ao invés de ser outra coisa. Nos ajuda a entender que enfim não podemos ser outra coisa, e que nenhum ser humano jamais poderá ser autenticamente outra coisa, e que se algum ser humano decide ser outra coisa, está deixando de ser o que é.
Então, enquanto o mundo se lembra de coelhos e ovos, vamos aproveitar o momento para voltar à realidade e para chamar o mundo à realidade, para se lembrar da Cruz de Jesus Cristo. Vamos cultivar a tradição de lembrar o que não pode ser esquecido, pois deixar de lembrar é deixar de ser.
E assim, relembrando o que Deus fez por nós ontem, saberemos quem somos hoje, e o futuro glorioso que nos aguarda no amanhã.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Até Domingo


Em uma sexta feira acerca de 2000 anos atrás às 3 horas da tarde sua carne se tornou o pão que foi esmagado por mim e por vc e o seu sangue foi como o vinho derramado no chão e pisado em nosso lugar... Todos aqui sabem o quanto eu desprezo qualquer religião... Mas o que ele fez não consiste em religião... consiste em amor.. foi o amor dele que me fez ser o que sou hj... existem coisas na minha vida que não existiriam se não fosse minha consciência pelo que Ele fez... não há denominação, pastor, música, banda, ou qualquer outra coisa q substitua Ele na minha vida.... Enfim só tenho a agradecer a Vc Jesus, obrigado pelo sangue, pela morte e pela vida... E até domingo!!!

domingo, 11 de março de 2012

Vc já se Auto Avaliou?

Fiz isso essa semana... e num é muito legal descobrir ou redescobrir quem vc realmente é...

Enfim descobri q sou uma pessoa má. Pensei que não fosse, mas sou. Guardo rancor às vezes. Tenho dificuldade em perdoar. Tenho dificuldade em andar a segunda milha e oferecer a outra face. Há pelo menos ½ dúzia de pessoas que eu preciso (e quero) me reconciliar ainda em 2012. Mas mesmo assim Deus está com sua voz embargada, me chamando pelo nome, me amando e derramando sobre mim uma graça que eu não mereço.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Insider


Jesus é o insider, o inserido, o afiliado, o homem de dentro. Ele não apenas recusa o afastamento do mundo proposto na postura de João, mas assume descaradamente a direção oposta. Sem nenhum verdadeiro precedente na história sagrada de Israel, aqui está um homem que adquire a fama de santo e homem de Deus convivendo com o homem comum e com gente que até mesmo o homem comum tem dificuldade para engolir.

Em perfeita oposição a João, Jesus deixa claro que é sua proximidade do mundo, seu “não-afastamento”, a porção mais essencial da sua missão. Ele vence a tentação do deserto e segue percorrendo incessantemente as cidades, onde pode estar com as pessoas e submetê-las à sua mensagem, que é essencialmente sua própria pessoa.

E não há virtualmente ninguém a quem ele recuse a sua proximidade: religiosos e pecadores, fariseus, sacerdotes e prostitutas; romanos, samaritanos, judeus e fenícios; ricos, pobres, fazendeiros, agiotas, lavradores, coletores de impostos; militares, pescadores, revolucionários, leprosos, cegos, aleijados, loucos, possessos, homens e mulheres. Jesus vive entre essa gente, causando tumulto em cada cidade e pressionado de todos os lados por suadas e mutantes multidões. Ele se veste como todo mundo, aceita convites para festas de casamento e freqüenta banquetes (angariando entre seus detratores a fama de glutão e beberrão). Jesus congraça com pervertidos, bêbados, adúlteros, tratantes e prostitutas, e seu primeiro milagre é fornecer bebida para animar uma festa que ameaçava perder o pique.

Para encontrá-lo é preciso apenas estar fazendo o que você faz sempre: é ele que virá inevitavelmente ao seu encontro, quer você seja um cego esperando uma esmola na beira do caminho, um agiota caminhando desiludido para seu posto de coleta, uma mulher andando em direção ao poço para puxar água. Você pode não saber com quem está falando, mas ele já está todinho ali, na sua cidade, no seu círculo, na sua cultura. Nada na aparência dele ou na sua conduta parece ostentar ou garantir a santidade que os religiosos anunciam como uma trombeta. Se esse é sujeito é um profeta e um santo, trata-se do primeiro da espécie que não lhe parece ser essencialmente diferente de você. Ele irá invariavelmente aceitar o seu convite para sair, para jantar, para ir à sua casa, para conhecer uns amigos, para visitar um doente, para beber uma jarra de vinho.

Esse homem, definido por esse estilo de vida, é que os cristãos adotaram oficialmente como professor, profeta, messias, salvador e Filho de Deus. Extra-oficialmente, adotamos o estilo de vida de João Batista.

João é o homem que se afasta do mundo para não deixarse contaminar por ele. Jesus é o homem inteiramente inserido no mundo, inteiramente mergulhado nas complicações do dia-a-dia e nas preocupações e privilégios do homem comum.

Dos incontáveis paradoxos do cristianismo histórico, esse é mais um: historicamente, os cristãos ignoraram o exemplo de Cristo e tornaram-se seguidores funcionais de João.

O caminho de João Batista é o caminho dos monges do deserto, das ordens religiosas, das rádios evangélicas; é o caminho do ascetismo, das regras estabelecidas para “fazermos diferença”; das abstenções, do recuo, do afastamento, da irrelevância, da exclusão e do preconceito.

O caminho de Jesus é o da inclusão, da presença, do abraço irrefletido e incondicional do mundo. É o caminho estreito que poucos trilham, a porta exigente pela qual poucos passam.

Sempre que cedemos à tentação de trocar a confusão transpirante do mundo pelo conforto harmonioso e acolhedor de uma comunidade cristã; sempre que aceitamos o abraço exclusivo de uma subcultura de qualquer estirpe em detrimento da cultura no seu sentido mais amplo; sempre que dividimos nossa experiência entre uma esfera religiosa e uma profana que não chegam a se tocar; sempre que nos recusamos a consentir qualquer associação com música “do mundo”, filmes “do mundo” e pessoas “do mundo”; sempre que negamos nossa presença, nossa companhia e nossa lealdade agente que em seu estado atual não julgamos merecê-las; sempre que reservamos nossas noites, nossos feriados e nossos fins-de-semana para o convívio com gente cuja santidade os torna inerentemente distinta da massa dos mortais – estamos (como diz a música “do mundo”) escolhendo errado nosso super-herói.

Era o caminho inclusivo de Jesus que deveríamos estar seguindo – e num mundo ideal eu não deveria ter de estar explicando isso, especialmente a mim mesmo.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O Cristão que Abraçou um Homem de Cueca





Esses Dias surgiu pelas redes sociais essa foto e a legenda: Grupo de cristãos foi à parada gay com cartazes dizendo “desculpe-nos pela forma como a igreja tratou vcs”.Eu pensei “CARAMBA, ELES ESTÃO FAZENDO ISSO CERTO”! A gente tá cansado de ver grupos cristãos extremistas lá fora protestando contra tudo (tipo Michael Jackson, Madonna e gays) com insultos grotescos muitas vezes, e isso toma a mídia que ganha mais um argumento pra moldar o cristão fanático e intolerante. E é, a igreja é muitas vezes fanática e intolerante, acho que por isso eu fiquei tão feliz com essa notícia aqui.

Em junho de 2011 rolou mais uma Chicago Pride Parade (tipo uma parada gay da gringa), e um grupo de cristãos colou lá com camisetas escritas “I’m sorry” e cartazes ”I’m sorry the way churches have treated you” (me desculpe pela forma como a igreja tem tratado vocês) e tiveram uma experiência de relacionamento com os participantes da parada, abraçaram geral, sorriram, fizeram algo muito mais “cristão” do que julgar e insultar. Nathan Albert (o gordinho abraçando o brother de cueca na foto) escreveu no seu blog sobre o trabalho realizado:


” Eu abracei um homem de cueca. E acho que Jesus faria o mesmo.
[...] nós queríamos ser uma voz cristã alternativa aos portestantes que estavam lá gritando “ódio” no megafone.
O que eu mais amei aquele dia foi quando as pessoas “entenderam”. Eu curti assistir a expressão das pessoas quando viam nossas camisetas, liam os cartazes e olhavam de volta pra gente. As respostas foram incríveis. Alguns nos mandavam beijos, outros vinham nos abraçar, outros gritavam OBRIGADO! Algumas garotas vieram e disseram que fomos a melhor coisa que elas viram durante o dia todo. Eu queria ter contado quantas pessoas me abraçaram. Um cara em particular disse suavemente: Bem, eu perdôo vocês.
Ver as pessoas reconhecendo nossas desculpas me fez chorar várias vezes. Aquilo era a personificação da reconciliação.

[...] infelizmente a maioria dos cristãos não pensariam nem se aquele cara dançando de cueca branca (foto) tem um nome. Bem, ele tem. Se chama Tristan. De qualquer forma, eu acho que Jesus o teria abraçado também. Isso é exatamente o que li nas escrituras: Jesus andando com pessoas que os religiosos fugiriam. Alguma relação entre aquela época e agora? Eu acho que sim.
Eu abracei um homem de cueca. Abracei forte. E tenho orgulho disso. “

Chega de pregar amor e praticar intolerância, chega de julgar julgar julgar antes de amar. Chega de se achar melhor. Passou da hora de sermos mais parecidos com Jesus.

Eis q então a esperança de um dia ter orgulho de dizer q sou Cristão surgiu novamente...

domingo, 15 de janeiro de 2012

Orgulho de ser Santo?



Quando olho para mim mesmo e vejo todas as minhas vontades, desde as mais puras até as mais sujas, percebo que na verdade o que eu mais preciso é de Deus. Eu preciso dEle. Não posso negar isso. Posso tentar me satisfazer de diferentes formas ou maneiras, mas nada me satisfaz de forma tão completa quanto Deus.

Cada vez que dou um passo em direção a esse ser tão magnífico, algo dentro de mim acontece e sinto que já não tenho prazer em coisas ruins. É como se aos poucos Ele restaurasse dentro de mim a natureza que o homem tinha inicialmente: a santidade.

Não é uma santidade hipócrita nem uma tentativa de “viver separado” para ser melhor visto socialmente, alegando que na verdade sou separado porque sou dEle.

É incrível ver que quando Deus se fez carne e habitou entre nós, andou no meio dos menos santos. Fico ainda mais surpreso ao ver que viver e andar entre pessoas que não eram santas, não o tornou menos santo. O resultado foi totalmente o oposto disso, pois as pessoas que estavam ao redor dele se santificaram – e isso não significou exatamente que elas foram para uma classe social mais elevada – mas que os que se consideravam de uma classe social mais elevada já não eram superiores.

Frequentemente falamos sobre santidade e a vivemos religiosamente. Mas essa santidade brota mais de uma metodologia do que de um relacionamento íntimo com Deus. E parece que quanto mais atingimos essa santidade metodológica, mais nos esquecemos de que nada valerá nessa santidade se ela não servir para nos aproximar de Deus e refletir mais do caráter dEle em nós.

Olhando as pessoas que buscam essa santidade metodológica (que muitas vezes encontro em mim mesmo) percebo que ela serve como um troféu de“orgulho cristão.” Então vejo diversas vezes muitas pessoas caindo no erro de achar que seu pecado é menor que o pecado de um “não cristão”. Como que se o sacrifício de Cristo fosse apenas para os que já estão sarados.

Por acaso Cristo não disse que ele veio para os enfermos? Ele por acaso deixou sua santidade por cumprir sua missão? É claro que não!

Nosso chamado à adoração não contradiz nosso dever de pregar o amor de Deus. Todos foram criados para “louvar e adorar” e chamados a viver o amor dEle. Cristo viveu em santidade, se relacionando com o pai e não deixou de cumprir sua missão.

Se nossa santidade nos servir de orgulho não é a santidade de Deus refletida em nós, mas uma metodologia que nos serve de ascensão social (que também não servirá de nada).

A santidade metodológica é tóxica, pois ela nos cega do Deus verdadeiro, nos levando para perto de um Deus que nós mesmos criamos e imaginamos como Ele é. A santidade fruto do relacionamento com o Deus verdadeiro, nos levar para perto dEle e faz com que seu caráter seja refletido em nossas vidas.

Não faça as coisas por fazer. Não viva por regras. Viva guiado por Deus. Encontre-o em sua Palavra, em uma canção que revela seu amor. Encontre-o em uma poesia que revela os segredos do Criador em suas entrelinhas. Encontre-o no silêncio ou na agitação da cidade, mas não crie métodos para encontrá-lo.

A Santidade de Deus está somente nele e não há nada que possamos fazer para consegui-la, a não ser nos aproximarmos dEle e o obedecermos.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Antes de Você - Almir Maciel





Antes de Você

Teu olhar me enche de alegria e percebo que tenho tudo o que sempre quis
Teu olhar me trás a nostalgia de um tempo que eu comecei a ser feliz

E então eu me pego mergulhado em teu coração
Totalmente abandonado em tuas mãos
E então eu me pego mergulhado em teu coração
Abandonado em tuas mãos

E eu descobri que eu não era nada antes de vc
Eu descobri que eu não tinha nada antes de te ter
E eu descobri que eu não era nada, que eu não tinha nada

Tua voz é a prova mais sincera de que o mundo está errado em tudo o que diz
Tua voz é a canção mais bela que em meio às tempestades eu pude ouvir

Eu te pego em meu colo
Canto pra vc dormir
Te ensinei tantas coisas a levantar e a cair
Mas o que ninguém imagina é que tudo o que eu sei
Eu aprendi por causa de você

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Bono - Onde está Deus?

"Deus meus amigos, está com os Pobres... E Deus estará conosco somente se nós estivermos com eles!"
Sem Palavras!